Em 1957, dessa vez em parceria com Alcir Pires Vermelho, Braguinha fez a letra de “Laura”, “um dos mais belos sambas-canção de todos os tempos”, na análise de Jairo Severiano, que assim descreve a composição: “em versos simples, diretos e muito bem construídos, dois momentos de uma história de amor, cujos contrastes são ressaltados pela presença da paisagem em contraponto”.* Foi brilhantemente gravado pelo cantor Jorge Goulart, que, com sua linda voz e uma caixa torácica privilegiada, conquista o ouvinte já nas duas primeiras notas, as do nome Laura. A melodia é repetida tanto nos versos alegres, pela presença da personagem, como nos de tristeza, pela sua ausência. Alcir assinala que o título do samba-canção foi inspirado na romântica composição de David Raskin e Johnny Mercer, interpretada por Dick Haymes e tema do filme Laura de 1944.
*Livro: “Yes, nós
temos Braguinha”, Rio de Janeiro, Funarte, 1989.
Laura
Alcir Pires Vermelho
e Braguinha
Um vale em flor, a fonte,
O rio cantando...
O sol banhando a estrada,
Frases de amor...
Laura,
Um sorriso de criança
Laura,
Nos cabelos uma flor.
Ô Laura,
Como é linda a vida!
Ô Laura,
Como é grande o amor!
Depois o adeus, o lenço,
A estrada, a distância,
O asfalto, a noite, o bar,
As taças de dor...
Laura,
Que é da rosa dos cabelos?
Laura,
Que é do vale sempre em flor?
Ô Laura,
Que é do teu sorriso?
Ô Laura,
Que é do nosso amor?
*****
(Do livro:
“Copacabana – A trajetória do samba-canção”,
de Zuza Homem de
Mello)
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