Maria de tal é seu nome!
Pedaço de trapo,
Monturo de gente,
Quer vive ao relento,
Morrendo de fome,
Na chuva e no vento...
- A vida... – alguém lhe dizia –
É
triste, Maria!
É
triste, depois...
E,
uma porção de apelidos,
A
vida lhe pôs.
“Maria-caolha”,
- Dizem no beco –
Já
teve seu lar,
Muitos
pimpolhos
E
um nome comprido
Para
assinar.
“Maria-faminta”,
Às
vezes, é assim:
Nem
bebe, nem come...
É
negro o seu fim.
“Maria-sujona”,
- De nomes feios,
Sua
boca anda cheia,
Quando
a garotada da rua,
A
garotada malvada,
Tenta
fazê-la de bola de meia...
E,
quantas vezes, o guarda-civil,
- Um pobre diabo sem eira nem beira –
Ainda
lhe xinga um bocado,
Se
alguma pudica donzela,
Fica
corada,
Chegando
à janela...
São
coisas da vida, Maria!...
“Maria-vintém”,
“Parada
sem dono”,
Não
tem mais ninguém,
Rolando
no mundo...
Sua
história é dorida,
Você
se confunde
Com
a poeira da vida...
“Maria-cachaça”,
Tim-tim
por Tim-tim,
De
sua tragédia,
A
cidade conhece
E
acha graça!
“Maria-pedinte”,
Que
dorme e amanhece,
Pedindo
uma esmola,
Rezando
uma prece...
- A vida... – alguém lhe dizia –
É
triste, Maria!
É
triste, depois...
E,
uma porção de apelidos,
A
vida malvada lhe pôs.
Maria
de tal!
Nunca
mais me esqueci de seu nome!
E,
se acaso, a revejo
Me
lembro da fome,
Fugindo
da vida,
Na
esquina perdida,
Da
rua sem nome...
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