Blade Runner

Vocês todos devem ter visto o filme “Blade Runner − O Caçador de Androides”. Nele, um “replicante”, um ser biônico, quer saber quando irá “morrer”, quando seu ciclo de vida terminará.

O filme é sobre isso. Perto do final, Hutger Hauer, o ator que faz o replicante, tem um monólogo emocionante. Perseguido por Harrison Ford, ele acaba perseguindo seu caçador. Encurralado, no teto de um prédio, Ford é salvo pelo androide, quando está quase caindo lá de cima. É colocado no chão a salvo e o ser biônico, antevendo seu próprio fim, pega uma pomba com uma das mãos, suavemente, e se abaixa sobre um dos joelhas.

Chove uma chuva ácida, copiosa.

Hutger Hauer, no seu melhor momento no cinema, tem um diálogo quase que com ele próprio, embora se dirija à Deckard, sob a chuva, apoiado num joelho, com a pomba branca na mão.

I've seen things you people wouldn't believe:

Eu vi coisas em que vocês não acreditariam:

Attack ships on fire off the shoulder of Orion; I watched C-beams glitter

Naves de ataque em chamas em torno de Orion; Eu vi o brilho de feixes de luz C...

in the dark near the Tannhauser gate...

na escuridão próxima aos portais de Tannhauser...

All those moments will be lost in time, like tears in rain.

Todos aqueles momentos estarão perdidos no tempo, como lágrimas na chuva.

Time to die…

Hora de morrer...

(Clarival Vilaça)

Obs.: Esse texto foi criado pelo próprio ator (Hutger Hauer)*, que não gostou do texto do script original. Ele o escreveu às quatro hora da manhã, pois a filmagem da cena seria logo após para apanhar os matizes do amanhecer. Sob intensa chuva artificial, com uma pomba na mão, que, após ser solta, não voa por estar encharcada, ela cai aos seus pés. A expressão do outro autor, Harrison Ford, é, segundo ele próprio, de puro encantamento com a atuação do colega. 

Na imagem acima, ele baixa a cabeça, sua mão se abre lentamente e ele solta a ave que sai esvoaçando através da chuva. E ele, então, “morre”.

Blade Runner (Portugal: “Blade Runner, perigo iminente” − Brasil: “Blade Runner, o caçador de andróides”) é um filme estadunidense de 1982, do gênero ficção científica, realizado por Ridley Scott, e ilustrando uma visão negra e futurística de Los Angeles em novembro de 2019.

O argumento, escrito por Hampton Fancher e David Peoples, baseia-se na novela Do Androids Dream of Electric Sheep? de Philip K. Dick. O protagonista é Harrison Ford no papel de Deckard, um detetive da polícia de Los Angeles. O design do filme foi concebido em parte por Syd Mead e a trilha sonora é de Vangelis.

“Originalmente, o filme não tinha as narrativas em segundo plano, a cena do unicórnio existia e aquela cena final ensolarada não havia. Tudo isso foi modificado pelo Studio, a contra gosto do Ridley Scott, pois achavam o filme muito complexo. A versão sem Corte do Diretor é nada mais que a versão original do filme. Quanto à cena do unicorne, ela é fundamental para chegar à conclusão que Deckard (Ford) também é um replicante. Logo não está fora de contexto.”

Observação: O filme é de 1982, e retratou uma Los Angeles, USA, de 2019, logo neste ano, que não corresponderá aos avanços futurístico mostrado no filme.

O ano retratado filme, 2019, é, casualmente, o ano da morte do personagem que morre no final do filme: de Rutger Hauer.

*Cinema dá adeus ao ator Rutger Hauer, o ator morreu aos 75 anos. Ele era considerado um dos maiores atores da Holanda. O ator, conhecido por interpretar o antagonista Roy Batt em “Blade Runner” (1982), morreu no último dia 19 de julho de 2019, aos 75 anos, em sua casa na Holanda. Ele não resistiu a uma “curta doença”, segundo seu agente.

“Eu vi coisas que vocês não imaginariam. Naves de ataque em chamas ao largo de Órion. Eu vi raios-c brilharem na escuridão próximos ao Portal de Tannhäuser. Todos esses momentos se perderão no tempo, como lágrimas na chuva. Hora de morrer.”

Roy (Rutger Hauer) em 'Blade Runner'

(1944-2019)

O site Heróis da TV informa que nesta quarta (24.07.2019) foi anunciada a morte do ator holandês Rutger Hauer aos 75 anos. Ele morreu no último dia 19. A causa da morte não foi informada. Segundo seu agente, Hauer faleceu em sua casa, na Holanda, de “uma curta doença”.

De acordo com a publicação, curiosamente, quis o destino que Hauer morresse no mesmo ano da morte de seu mais famoso personagem, Roy Batty, o replicante de Blade Runner – O Caçador de Andróides (1982), filme dirigido por Ridley Scott.

A história de Blade Runner, baseada no livro “Androides Sonham Com Ovelhas Elétricos?”, de Philip K. Dick, publicado em 1968, se passa em uma poluída e caótica Los Angeles no ano de 2019. A investigação conduzida por Rick Deckard (Harrison Ford) e a perseguição aos replicantes foragidos, culminando no violento e poético enfrentamento entre o ex-policial e o líder dos androides, que termina com a morte de Roy Batty (Rutger Hauer) sob a chuva, após salvar a vida de Deckard, se dá exatamente em novembro de 2019, completa o site.

Replicantes são androides criados pela Tyrell Corporation, mais fortes e inteligentes que os seres humanos, com o intuito de servir aos “seus superiores” humanos. Eles tem um tempo de duração e morrem sem envelhecer...