O desenho
perpendicular foi mantido até o final dos anos 20.
→ Em 1906, as ondas do calçadão
se dirigiam para o mar… O desenho foi trazido pelos calceteiros portugueses.
Observando a foto acima dá para perceber que as ondas eram bem mais estreitas.
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Impressionado com o que viu na
Europa, o prefeito Pereira Passos ordenou a importação de pedras para forrar a
calçada que separava a areia da via pública.
Usadas para pavimentação em Lisboa,
datam de 1842, quando, por iniciativa do engenheiro militar português Eusébio
Furtado, foram instaladas as primeiras calçadas com pequenas pedras brancas e
pretas formando um zigue-zague em volta da fortaleza do castelo de São Jorge e
seus arredores. Apesar de considerada irreverente, a ideia foi tão bem-aceita
que se propagou para outras ruas da capital portuguesa especialmente na praça
do Rossio em 1848, onde o desenho ondulado, alcunhado Mar do Lago, representava
o encontro das águas do rio Tejo com as do oceano Atlântico, numa homenagem aos
Descobrimentos Portugueses. Os originais calçamentos espalharam-se por outros
locais lisboetas, como o Cais do Sodré em 1877 e o Chiado em 1894, e mais tarde
por ruas e praças em Coimbra, no Alentejo, alastrando-se aos Açores, à ilha da
Madeira e a Moçambique. Dessa maneira surgiram e proliferaram as calçadas
portuguesas em mosaicos cujo assentamento exigia uma técnica especial da qual
os lusitanos eram os únicos detentores. Para que não se perdessem aqueles
conhecimentos sobre o artesanato de calcetar foi criado em 1986, na capital
portuguesa, a Escola de Calceteiros.
Como foi dito, por iniciativa do
prefeito Pereira Passos é que nasceu, em 1906, a primeira calçada de
Copacabana em curvas pretas e brancas que, mais até que as do Rossio, iriam
projetar sua referência visual. Dispostas perpendicularmente ao sentido da
praia, tiveram que ser refeitas após uma grande ressaca ao final da década de
1920, mas já com pedra extraída de uma jazida descoberta no Rio de Janeiro. Além
de mais sinuosa que as anteriores, evocando o movimento contínuo das ondas do
mar, o novo desenho das curvas sofreu mais tarde uma rotação de noventa graus:
a direção das ondas foi mudada no sentido longitudinal, a fim de acompanhar a
orientação da praia. Daí resultaria o marcante símbolo da praia de Copacabana,
o logotipo curvilíneo em preto e branco que a identifica em todo o mundo e que,
obviamente, também receberia um apelido indispensável, naquela arte em que os
cariocas são insuperáveis: o calçadão.
Do livro “Copacabana
A trajetória do samba-canção (1929-1958)”,
de Zuza Homem de
Mello
→ Em 1919, houve uma
reurbanização e as ondas passaram a ser longitudinais, como nas fotos acima.
Anos depois, por conta das constantes ressacas, o calçadão foi refeito e as
ondas voltaram a ser perpendiculares. Mas a reforma, na década de 40 – para
construção dos postos de salvamento −, selou definitivamente o formato
longitudinal das ondas… Esse formato foi mantido após as obras de duplicação da
avenida, nos anos 70, e resiste até hoje, como na foto abaixo.
7 Curiosidades sobre o Calçadão de Copacabana
1. O original fica na
Praça do Rocio em Lisboa
→ O traçado do Calçadão é baseado
no da Praça do Rossio em Lisboa, representando o encontro das águas doces do
Tejo com o Oceano Atlântico. Na Praça tem uma estátua de D. Pedro IV, digo, D.
Pedro I.
2. O Calçadão tem 4,15 km
→ O calçadão de Copa tem cerca de 4,15 Km e percorre as
praias do Leme e de Copacabana.
3. Foi construída
pelo Prefeito Pereira Passos em 1906
→ As ondas eram perpendiculares
ao comprimento da calçada. Somente com a reforma da década de 70 é que ganharam
o sentido atual, paralelo à calçada.
4. As pedras foram
importadas de Portugal
→ Foram usadas calcita branca e
basalto negro importados de Portugal, também de lá veio um grupo de calceteiros
(profissional utilizado até hoje para manutenção das calçadas com pedras
portuguesas).
5. As Pedras do
Calçadão de Copa foram usadas na Rio Branco
(Foto de Luiz Fernando)
→ Foram tantas pedras que foram
utilizadas também para calçar toda a Avenida Rio Branco. Logo depois da
importação foram descoberta jazidas destas pedras por todo o Brasil, mas ainda
as chamamos de pedras portuguesas.
6. O estilo
curvilíneo atual é de 1970
→ O estilo curvilíneo do calçadão
atual só foi delineado a partir de 1970 com o aumento da faixa de areia e o
alargamento das pistas da orla e com o trabalho de Burle Marx. Ele manteve o
desenho original mas aumentou as curvas.
7. Em Tocantins
também há uma idêntica ao Calçadão de Copacabana
→ É um monumento da Cidade de
Palmas, capital do Tocantins, em homenagem aos 18 do Forte.
(Do Blog Diário do
Rio.com)
Impossível falar de Copacabana sem lembrar do Calçadão em ondas.
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