Os Cabungueiros* de Porto Alegre
Os cubos eram
transportados em caminhões ou carroças até o Guaíba.
Preocupadas em atender às
necessidades de higiene da população, cujo crescimento se intensificava, em
1878, as autoridades buscaram alternativas para resolver o problema do
saneamento da cidade de Porto Alegre. O ensino, a saúde e higiene até então
restritos aos cuidados das famílias, passam a constituir-se em serviço público.
O trabalho de saneamento teria se iniciado na Capital com a limpeza de ruas e
casas, matéria que antes era determinada pelas Posturas Policiais como
atribuição dos proprietários.
Oito conselhos ditados por 19 médicos
relativos ao assunto sanitário foram incorporados ao decreto nº 6.404, de 13 de
dezembro de 1878, entre eles a fiscalização dos alimentos, encanamentos para
esgotos e proibição de despejos de materiais fecais no Guaíba.
Na época, poucas casas tinham água
encanada e esgoto sanitário. Muitas vezes, os despejos eram levados às
sarjetas, uma vez que se consideravam um desperdício importar aparelhos
sanitários da Inglaterra. Aqueles que moravam em casa com pátio cavavam um
buraco suficiente para colocar um cubo coletor e, acima dele, construíam uma
casinha de madeira com assento de tábua furada. Os cubos cheios – trocados uma
vez por semana – eram conduzidos em carroças ou caminhões, e seu conteúdo
lançado no Guaíba. **
Dados recentes indicam que todos os
domicílios cadastrados na Prefeitura de Porto Alegre são abastecidos com água
potável, enquanto 56% são servidos por rede de esgoto cloacal e pluvial. O
recolhimento de lixo nas principais avenidas é realizado diariamente, e nos
demais locais três vezes por semana.
Fonte: Porto Alegre foi Assim..., de Helio Ricardo Alves - e Porto Alegre: A Cidade e sua formação, de Clóvis S. de Oliveira.
*Também eram chamados de cubeiros.
*Também eram chamados de cubeiros.
Cabungo ou Cubo
Do Almanaque Gaúcho de ZH
** Até o início do século 20,
quando foi inaugurado o primeiro trecho do esgoto cloacal subterrâneo de Porto
Alegre, os dejetos eram lançados no rio Guaíba, na Ponta do Melo*** – posteriormente
ocupada pelo Estaleiro Só. De um trapiche, os cabungueiros jogavam o esgoto,
trazido em “cabungos” (cubos coletores) e transportados até o local primeiro em
carroças e depois por uma linha férrea. O trem se tornou a estrada de ferro da
Tristeza. O morro adjacente recebeu o nome popular de Lomba do Asseio.
*** Em virtude dos dejetos fecais
serem lançados na Ponta do Melo, o povo começou a chamar o local de Lomba do
Asseio. Hoje, no local, onde mais tarde funcionou o Estaleiro Só, está sendo construído um condomínio de escritórios comerciais.
As obras do Projeto Pontal em andamento...
... E como será quando ficar pronto.
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