Palavras e expressões curiosas
Safári → O termo safári, que remete a caçadas e aventuras, adquiriu
no mundo todo um sentido diverso do seu original, pois a palavra árabe safar, da qual derivou, significa
“viagem”, simplesmente.
Ateu X Agnóstico → Ateu é aquele que não acredita em Deus ou em deuses. De forma
simplificada, o agnóstico é aquele que julga que a comprovação da existência de
Deus está além das suas possibilidades. Por isso, ele nem crê em Deus, nem
descrê. Agnóstos, do grego, significa
desconhecido, sem provas.
Placebo → vem do latim placere
e quer dizer agradar. Trata-se de uma forma farmacêutica, um medicamento
inócuo, sem efeito. Ele tem a mesma aparência de um remédio ativo. Os pacientes
que tomam um placebo e obtêm algum resultado melhoram por autossugestão.
Reebok → O nome dado à companhia refere-se a uma gazela africana,
cujo espírito, velocidade e graça deveriam ser captados em seus tênis, roupas e
artigos esportivos.
Pomo (maçã) da discórdia → É a causa principal de uma discussão.
Segundo a mitologia grega, houve uma grande festa no Olimpo, por ocasião do
casamento do rei Peleus com a deusa Tétis, para o qual todos foram convidados,
exceto Eris, a deusa da discórdia. Irada, Eris decidiu plantar a discórdia no
melhor da festa, quando Tétis atirou uma maçã (pomo) cuja inscrição dizia “para
a mais bela”. As deusas então começaram a brigar, pois todas se achavam donas
do fruto. A partir disso, Páris, príncipe de Troia, foi designado para fazer a
escolha e deu a maçã a Afrodite, o que em nada agradou as outras mulheres
presentes.
Caviar → A palavra caviar deriva da palavra persa para designar
ovas de peixe: Khavia.
Tradicionalmente, três espécies de esturjão são pescados para o caviar: Beluga,
Osietra e Sevruga.
Ícaro → Aprendeu a arte de voar com seu pai, Dédalo. Apesar das
recomendações paternas para que não atingisse grandes alturas, certa vez Ícaro
voou alto demais. O calor do sol derreteu a cera que colava as asas a seu
corpo. Caiu nas águas do mar Egeu, onde morreu afogado.
Bolchevique → em russo, bolchevique quer dizer “aqueles da
maioria”. O termo era usado por uma ala do partido social-democrata russo.
Liderado por Lênin, após eles terem ganhado maioria temporária no comitê
central do partido, em 1903. Os bolcheviques acreditavam em um partido
disciplinado e centralizado de revolucionários profissionais, e chamavam seus
opositores dentro do próprio partido de mencheviques, “aqueles da minoria”.
Negócio da China → Fazer um negócio da China é realizar um feito
extremamente vantajoso, que proporciona altos lucros. Os verdadeiros negócios
da China tiveram início no período que o Império fazia muitas concessões às
grandes potências europeias. Acredita-se que a expressão possa ter surgido a
partir da divulgação das narrativas de Marco Polo.
Irmãos siameses → Siameses ou xifópagos são gêmeos ligados por uma
parte do corpo – geralmente na altura do tórax. O caso mais famoso de gêmeos
ligados foi o dos irmãos Chang e Eng, nascidos no antigo Sião, atual Tailândia.
Eles viveram até 1874, atingindo 60 anos de idade. A história se tornou tão
conhecida que, daí em diante, gêmeos ligados passaram a receber o nome de
irmãos siameses.
Carpe Diem → A expressão em latim Carpe Diem é usada correntemente no sentido de
aproveitar o dia e a vida enquanto é possível, sem se preocupar com o futuro.
Cassandra → Ser uma Cassandra é profetizar catástrofes, fazer
previsões de mau agouro, sinistras. Segundo a mitologia grega, Cassandra era filha
de Príamo e de Hécuba. Apolo concedera-lhe a faculdade de prever o futuro.
Cassandra recebeu o dom, porém desobedeceu ao deus. Com isso, Apolo vingou-se
dela, fazendo com que ninguém mais acreditasse em suas predições.
Mecenas → é a pessoa quer paga a conta pelo mero prazer de ver os
resultados, sem obter qualquer benefício financeiro pelo feito. O nome
homenageia Gaio Mecenas, nobre romano que foi protetor e financiador dos poetas
Horácio e Virgílio.
Lista Negra → Estar com o nome em uma lista negra significa “estar
marcado de uma forma negativa”. Lista negra foi o nome dado por Charles II, rei
da Inglaterra, à lista de juízes que haviam deposto e condenado seu pai e
antecessor (Charles I) à morte em 1649.
No creo em brujerias, pero que las hay, las hay... → Foi Miguel de
Cervantes quem colocou esta frase num diálogo em que Sancho Pança
se refere às lutas imaginárias de seu amo Dom Quixote.
Sétima Arte → O cinema é conhecido como a sétima arte porque foi
antecedido pelas seis artes tradicionais: arquitetura, literatura, pintura,
música, dança e escultura. Diferentemente das outras, possui uma data
comemorativa de seu nascimento, dezembro de 1895, quando foi exibida a primeira
sessão em Paris.
Sinergia → O grego sinergein
significa “trabalhar junto”. Foi usado na ciência, a partir do século XIX, para
designar fenômenos em que a combinação de dois elementos possuía maior efeito
sobre o organismo do que o uso deles isoladamente. No caso de fusões
empresariais, usa-se o termo para designar situações nas quais o conjunto se
torna maior que a soma das partes.
Paradoxo → é uma figura de linguagem que descreve uma incoerência
ou algo que desafia o senso comum. Uma forma de paradoxo é a justaposição de
significados contrários ou contraditórios. Exemplos: doce martírio, amargo
prazer, escuro clarão, luto jubiloso.
Lacoste → Certa vez, o famoso tenista francês René Lacoste venceu
uma aposta e ganhou uma mala de couro de crocodilo. Junto com o presente veio o
apelido. Em 1933, quando lançou suas camisas polo, decidiu adotar o simpático
crocodilo como logotipo
Indução X Dedução → Na lógica, indução é o processo do raciocínio
que parte do particular para o geral, enquanto a dedução parte do geral para o
particular.
Pandora → vem do grego pan
(geral) e doron (presente), foi a
primeira mortal a nascer no Olimpo. Os deuses, com pena de sua condição de
mortal, deram-lhe uma caixa, onde estavam guardadas todas as desgraças humanas
que ela teria em vida. Enquanto
a caixa ficasse fechada, Pandora só teria alegrias. Porém, ela não resistiu à
curiosidade e abriu a caixa, deixando escapar e espalhando todas as tragédias
pelo mundo. A famosa expressão “caixa de pandora” refere-se a algo que, uma vez
iniciado ou colocado na mesa, desencadeia uma série de problemas.
Hobby → No século XV, Robbie era um nome comum para um cavalinho,
personagem recorrente nos teatros de marionetes. Passados muitos anos, surgiram
os cavalinhos de madeira para crianças, que, por sua vez, foram chamadas de
hobbiehorses. Apenas no século XIX, a palavra horse foi suprimida do termo,
gerando hobby. Assim, hobby anteriormente significava brinquedo, para só depois
tornar-se sinônimo de recreação;
Grã-fino → apesar de parecer uma contração de grande e refinado,
refere-se a um grão que podia ser dissolvido em partículas muito finas,
formando um pó: o grão-fino. Este, misturado a corantes, era usado nas
bochechas pelos aristocratas, especialmente em ocasiões festivas.
Royalty → É o pagamento que alguém recebe por ceder um direito. O
termo surgiu do francês royal (do rei), em um período no qual todas as terras
de um país pertenciam à família real, e os súditos eram obrigados a pagar uma
quantia por usá-las.
Geração → O espaço de tempo entre uma geração e outra é de
aproximadamente 25 anos, período no qual um homem constitui família e gera seus
filhos. Cada século, portanto, compreende quatro gerações.
Spa → é o nome de uma cidade no leste da Bélgica, famosa por suas
águas medicinais e curativas. Spa também significa Sanitas per acquas – “saúde pelas águas”, expressão que teria se
originado nas mais antigas tradições, onde a água aparece em muitos rituais de
cura e purificação. Spa virou símbolo de centros de estética em todo o mundo.
Ruga → Do latim rua. Era
a imagem da velhice sem nenhuma poesia: as rugas são as ruas do rosto.
Etiqueta → A palavra, aproveitada do francês etiquette, deriva do teutônico sticken,
que significa rótulo, tarja, bilhete de qualidade. O termo etiqueta foi usado
durante os séculos XVI, XVII e XVIII para designar as regras formais a serem
cumpridas na corte, tornando-se mais amplo com o passar do tempo. Na corte absolutista
de Luís XIV, a burguesia emergente que ousava aproximar-se da vida palaciana
recebia junto com os convites para cerimônias uma etiqueta, contendo sugestões
de como se portar, a fim de evitar constrangimentos em público.
Nome de guerra → A expressão que designa o nome pelo qual alguém se
torna mais conhecido surgiu em tempos de guerra na França, por volta do século
XVII. Primordialmente, o nome de guerra servia para ocultar a identidade dos
soldados que porventura fossem capturados por inimigos.
Mandinga → foi a denominação atribuída pelos portugueses à costa
ocidental da África no período das Grandes Navegações. O termo se tornou
sinônimo de feitiçaria porque os exploradores lusitanos consideravam os
africanos que ali viviam bruxos e adivinhos, pelo fato destes terem dado
indicações da existência de ouro na região.
Eminência parda → A expressão tem origem na França e designa todo
aquele que influencia governantes, exercendo o poder por via indireta. O
primeiro a merecer a designação foi o capuchinho francês Père Joseph que,
apesar de ter sido o conselheiro principal do Cardeal Richelieu, sempre
permaneceu na sombra, sem função oficial.
Elefante branco → Refere-se a algo grande, oneroso e inútil. No
antigo Sião, atual Tailândia, o rei costumava dar um elefante branco de
presente a todo cortesão que lhe desagradasse, este era proibido de passar o
animal adiante, colocá-lo para trabalhar ou dar fim nele, já que o paquiderme
era considerado sagrado. Além disso, o rei periodicamente fazia visitas
surpresas a seus súditos, para verificar se o animal estava sendo bem tratado.
Chauvinismo → O termo chauvinismo originalmente se referia a Nicolas
Chauvin, soldado francês do exército de Napoleão, cuja devoção ao imperador era
considerada excessiva e irracional. Mais tarde, a palavra passou a ser
empregada em diversas peças teatrais e obras literárias, sempre com o sentido
de um patriotismo exagerado. Desde então, chauvinismo adquiriu um significado
mais amplo, de superioridade presunçosa.
Noblesse oblige → Expressão francesa que significa “nobreza
obriga”, isto é, que a aristocracia e a boa educação impõem ao indivíduo a
obrigação de proceder nobremente, cumprir à risca seus compromissos sociais,
mesmo quando enfadonhos.
Do livro:
“O Original Almanaque Dúvida Cruel”,
de Priscila Arida.
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