quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Palavras e sua origens


Palavras e expressões curiosas

Safári → O termo safári, que remete a caçadas e aventuras, adquiriu no mundo todo um sentido diverso do seu original, pois a palavra árabe safar, da qual derivou, significa “viagem”, simplesmente.

Ateu X Agnóstico → Ateu é aquele que não acredita em Deus ou em deuses. De forma simplificada, o agnóstico é aquele que julga que a comprovação da existência de Deus está além das suas possibilidades. Por isso, ele nem crê em Deus, nem descrê. Agnóstos, do grego, significa desconhecido, sem provas.

Placebo → vem do latim placere e quer dizer agradar. Trata-se de uma forma farmacêutica, um medicamento inócuo, sem efeito. Ele tem a mesma aparência de um remédio ativo. Os pacientes que tomam um placebo e obtêm algum resultado melhoram por autossugestão.

Reebok → O nome dado à companhia refere-se a uma gazela africana, cujo espírito, velocidade e graça deveriam ser captados em seus tênis, roupas e artigos esportivos.

Pomo (maçã) da discórdia → É a causa principal de uma discussão. Segundo a mitologia grega, houve uma grande festa no Olimpo, por ocasião do casamento do rei Peleus com a deusa Tétis, para o qual todos foram convidados, exceto Eris, a deusa da discórdia. Irada, Eris decidiu plantar a discórdia no melhor da festa, quando Tétis atirou uma maçã (pomo) cuja inscrição dizia “para a mais bela”. As deusas então começaram a brigar, pois todas se achavam donas do fruto. A partir disso, Páris, príncipe de Troia, foi designado para fazer a escolha e deu a maçã a Afrodite, o que em nada agradou as outras mulheres presentes.

Caviar → A palavra caviar deriva da palavra persa para designar ovas de peixe: Khavia. Tradicionalmente, três espécies de esturjão são pescados para o caviar: Beluga, Osietra e Sevruga.

Ícaro → Aprendeu a arte de voar com seu pai, Dédalo. Apesar das recomendações paternas para que não atingisse grandes alturas, certa vez Ícaro voou alto demais. O calor do sol derreteu a cera que colava as asas a seu corpo. Caiu nas águas do mar Egeu, onde morreu afogado.

Bolchevique → em russo, bolchevique quer dizer “aqueles da maioria”. O termo era usado por uma ala do partido social-democrata russo. Liderado por Lênin, após eles terem ganhado maioria temporária no comitê central do partido, em 1903. Os bolcheviques acreditavam em um partido disciplinado e centralizado de revolucionários profissionais, e chamavam seus opositores dentro do próprio partido de mencheviques, “aqueles da minoria”.

Negócio da China → Fazer um negócio da China é realizar um feito extremamente vantajoso, que proporciona altos lucros. Os verdadeiros negócios da China tiveram início no período que o Império fazia muitas concessões às grandes potências europeias. Acredita-se que a expressão possa ter surgido a partir da divulgação das narrativas de Marco Polo.

Irmãos siameses → Siameses ou xifópagos são gêmeos ligados por uma parte do corpo – geralmente na altura do tórax. O caso mais famoso de gêmeos ligados foi o dos irmãos Chang e Eng, nascidos no antigo Sião, atual Tailândia. Eles viveram até 1874, atingindo 60 anos de idade. A história se tornou tão conhecida que, daí em diante, gêmeos ligados passaram a receber o nome de irmãos siameses.

Carpe Diem → A expressão em latim Carpe Diem é usada correntemente no sentido de aproveitar o dia e a vida enquanto é possível, sem se preocupar com o futuro.

Cassandra → Ser uma Cassandra é profetizar catástrofes, fazer previsões de mau agouro, sinistras. Segundo a mitologia grega, Cassandra era filha de Príamo e de Hécuba. Apolo concedera-lhe a faculdade de prever o futuro. Cassandra recebeu o dom, porém desobedeceu ao deus. Com isso, Apolo vingou-se dela, fazendo com que ninguém mais acreditasse em suas predições.

Mecenas → é a pessoa quer paga a conta pelo mero prazer de ver os resultados, sem obter qualquer benefício financeiro pelo feito. O nome homenageia Gaio Mecenas, nobre romano que foi protetor e financiador dos poetas Horácio e Virgílio.

Lista Negra → Estar com o nome em uma lista negra significa “estar marcado de uma forma negativa”. Lista negra foi o nome dado por Charles II, rei da Inglaterra, à lista de juízes que haviam deposto e condenado seu pai e antecessor (Charles I) à morte em 1649.

No creo em brujerias, pero que las hay, las hay... → Foi Miguel de Cervantes quem colocou esta frase num diálogo em que Sancho Pança se refere às lutas imaginárias de seu amo Dom Quixote.

Sétima Arte → O cinema é conhecido como a sétima arte porque foi antecedido pelas seis artes tradicionais: arquitetura, literatura, pintura, música, dança e escultura. Diferentemente das outras, possui uma data comemorativa de seu nascimento, dezembro de 1895, quando foi exibida a primeira sessão em Paris.

Sinergia → O grego sinergein significa “trabalhar junto”. Foi usado na ciência, a partir do século XIX, para designar fenômenos em que a combinação de dois elementos possuía maior efeito sobre o organismo do que o uso deles isoladamente. No caso de fusões empresariais, usa-se o termo para designar situações nas quais o conjunto se torna maior que a soma das partes.

Paradoxo → é uma figura de linguagem que descreve uma incoerência ou algo que desafia o senso comum. Uma forma de paradoxo é a justaposição de significados contrários ou contraditórios. Exemplos: doce martírio, amargo prazer, escuro clarão, luto jubiloso.

Lacoste → Certa vez, o famoso tenista francês René Lacoste venceu uma aposta e ganhou uma mala de couro de crocodilo. Junto com o presente veio o apelido. Em 1933, quando lançou suas camisas polo, decidiu adotar o simpático crocodilo como logotipo

Indução X Dedução → Na lógica, indução é o processo do raciocínio que parte do particular para o geral, enquanto a dedução parte do geral para o particular.

Pandora → vem do grego pan (geral) e doron (presente), foi a primeira mortal a nascer no Olimpo. Os deuses, com pena de sua condição de mortal, deram-lhe uma caixa, onde estavam guardadas todas as desgraças humanas que ela teria em vida. Enquanto a caixa ficasse fechada, Pandora só teria alegrias. Porém, ela não resistiu à curiosidade e abriu a caixa, deixando escapar e espalhando todas as tragédias pelo mundo. A famosa expressão “caixa de pandora” refere-se a algo que, uma vez iniciado ou colocado na mesa, desencadeia uma série de problemas.

Hobby → No século XV, Robbie era um nome comum para um cavalinho, personagem recorrente nos teatros de marionetes. Passados muitos anos, surgiram os cavalinhos de madeira para crianças, que, por sua vez, foram chamadas de hobbiehorses. Apenas no século XIX, a palavra horse foi suprimida do termo, gerando hobby. Assim, hobby anteriormente significava brinquedo, para só depois tornar-se sinônimo de recreação;

Grã-fino → apesar de parecer uma contração de grande e refinado, refere-se a um grão que podia ser dissolvido em partículas muito finas, formando um pó: o grão-fino. Este, misturado a corantes, era usado nas bochechas pelos aristocratas, especialmente em ocasiões festivas.
  
Royalty → É o pagamento que alguém recebe por ceder um direito. O termo surgiu do francês royal (do rei), em um período no qual todas as terras de um país pertenciam à família real, e os súditos eram obrigados a pagar uma quantia por usá-las.

Geração → O espaço de tempo entre uma geração e outra é de aproximadamente 25 anos, período no qual um homem constitui família e gera seus filhos. Cada século, portanto, compreende quatro gerações.

Spa → é o nome de uma cidade no leste da Bélgica, famosa por suas águas medicinais e curativas. Spa também significa Sanitas per acquas – “saúde pelas águas”, expressão que teria se originado nas mais antigas tradições, onde a água aparece em muitos rituais de cura e purificação. Spa virou símbolo de centros de estética em todo o mundo.

Ruga → Do latim rua. Era a imagem da velhice sem nenhuma poesia: as rugas são as ruas do rosto.

Etiqueta → A palavra, aproveitada do francês etiquette, deriva do teutônico sticken, que significa rótulo, tarja, bilhete de qualidade. O termo etiqueta foi usado durante os séculos XVI, XVII e XVIII para designar as regras formais a serem cumpridas na corte, tornando-se mais amplo com o passar do tempo. Na corte absolutista de Luís XIV, a burguesia emergente que ousava aproximar-se da vida palaciana recebia junto com os convites para cerimônias uma etiqueta, contendo sugestões de como se portar, a fim de evitar constrangimentos em público.

Nome de guerra → A expressão que designa o nome pelo qual alguém se torna mais conhecido surgiu em tempos de guerra na França, por volta do século XVII. Primordialmente, o nome de guerra servia para ocultar a identidade dos soldados que porventura fossem capturados por inimigos.

Mandinga → foi a denominação atribuída pelos portugueses à costa ocidental da África no período das Grandes Navegações. O termo se tornou sinônimo de feitiçaria porque os exploradores lusitanos consideravam os africanos que ali viviam bruxos e adivinhos, pelo fato destes terem dado indicações da existência de ouro na região.

Eminência parda → A expressão tem origem na França e designa todo aquele que influencia governantes, exercendo o poder por via indireta. O primeiro a merecer a designação foi o capuchinho francês Père Joseph que, apesar de ter sido o conselheiro principal do Cardeal Richelieu, sempre permaneceu na sombra, sem função oficial.

Elefante branco → Refere-se a algo grande, oneroso e inútil. No antigo Sião, atual Tailândia, o rei costumava dar um elefante branco de presente a todo cortesão que lhe desagradasse, este era proibido de passar o animal adiante, colocá-lo para trabalhar ou dar fim nele, já que o paquiderme era considerado sagrado. Além disso, o rei periodicamente fazia visitas surpresas a seus súditos, para verificar se o animal estava sendo bem tratado.

Chauvinismo → O termo chauvinismo originalmente se referia a Nicolas Chauvin, soldado francês do exército de Napoleão, cuja devoção ao imperador era considerada excessiva e irracional. Mais tarde, a palavra passou a ser empregada em diversas peças teatrais e obras literárias, sempre com o sentido de um patriotismo exagerado. Desde então, chauvinismo adquiriu um significado mais amplo, de superioridade presunçosa.

Noblesse oblige → Expressão francesa que significa “nobreza obriga”, isto é, que a aristocracia e a boa educação impõem ao indivíduo a obrigação de proceder nobremente, cumprir à risca seus compromissos sociais, mesmo quando enfadonhos.


Do livro:
 “O Original Almanaque Dúvida Cruel”,
de Priscila Arida.


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