sábado, 17 de junho de 2017

A canção de despedida de Ariano Suassuna


Ariano Vilar Suassuna (Paraíba, 16 de junho de 1927 ‒ Recife, 23 de julho de 2014) foi um dramaturgo, romancista, ensaísta, poeta e professor brasileiro.

Idealizador do Movimento Armorial e autor das obras Auto da Compadecida, O Romance d'A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta, foi um preeminente defensor da cultura do Nordeste do Brasil.


→ Um dos blocos carnavalescos mistos mais tradicionais do Recife, o Madeira do Rosarinho, foi criado por Joaquim de França e um grupo de dissidentes, no dia 7 de setembro de 1926, por causa de divergências com a diretoria do antigo bloco Inocentes do Rosarinho.

→ Inicialmente, o grupo pensou em chamá-lo de Gogoia, por estar reunido embaixo de uma árvore dessa espécie, mas houve um consenso de que o nome não “soava bem”. Cogitou-se então chamá-lo Madeira que Cupim não Rói, por ser a gogoia uma madeira resistente. Por fim, optou-se por Madeira do Rosarinho.

→ Seu símbolo é um escudo, semelhante aos de clubes de futebol, nas cores vermelha, branca e verde, com uma figura mascarada no centro.

→ A sede do bloco, no bairro do Rosarinho (Rua Salvador de Sá, 64), é um local de entretenimento para a comunidade e para os recifenses em geral. Com capacidade para cerca de mil e quinhentas pessoas, o bloco realiza festas e bailes nos seus salões durante o ano todo, além dos dias de Momo.

→ Na quarta-feira de cinzas, o Madeira do Rosarinho sai às ruas com o Bacalhau do Madeira, bloco que arrasta uma multidão de foliões pela comunidade e seu entorno.

→ São destaques no seu repertório musical as marchas Me apaixonei por você, Pára-quedista (grafia da época) e, a mais famosa delas, Madeira que cupim não rói, composta por Capiba, em 1963, como uma forma de protesto contra o resultado do concurso de blocos daquele ano, que concedeu o primeiro lugar ao Batutas de São José, como diz, principalmente, a segunda estrofe da música.

Lúcia Gaspar, Bibliotecária da Fundação Joaquim Nabuco.

(Frevo-canção cantado pelo povo do dia do seu enterro)


Madeira do Rosarinho

(Madeira que Cupim não rói)

Capiba

Madeira do Rosarinho,
Vem à cidade sua fama mostrar,
E traz com seu pessoal,
Seu estandarte tão original.

Não vem pra fazer barulho,
Vem só dizer e com satisfação.
Queiram ou não queiram os juízes,
O nosso bloco é de fato campeão.

E se aqui estamos cantando essa canção,
Viemos defender a nossa tradição.
E dizer bem alto que a injustiça dói.
Nós somos madeira de lei que cupim não rói.


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