domingo, 9 de abril de 2017

Seu Lunga


Seu Lunga morreu aos 87 anos em Barbalha, no Ceará. Joaquim Santos ganhou fama com respostas ao “pé da letra”. É um dos personagens populares da cultura nordestina.


“Seu Lunga'” em imagem de julho de 2013
(Foto: Lucas de Menezes/Agência Diário)


Joaquim Santos Rodrigues, o “Seu Lunga”, morreu por volta das 9 horas deste sábado (22.11.2014) na cidade de Barbalha, no Cariri cearense. “Seu Lunga” tinha 87 anos e estava internado no Hospital São Vicente de Paulo há três dias, em Barbalha, por causa de um câncer de esôfago. O sepultamento será neste domingo (23.11.2014) no Cemitério do Socorro, em Juazeiro do Norte.

Comerciante, poeta e repentista ganhou fama no Nordeste pelos causos que citavam seu mau-humor.

“Seu Lunga” nasceu no dia 18 de agosto de 1927, no Sítio Gravatá, na zona rural do município de Caririaçu, na Região do Cariri. Viveu a infância com os pais e sete irmãos no município de Assaré, e com 16 anos foi morar em Juazeiro do Norte.

O cearense é um dos mais folclóricos nomes da cultura popular nordestina. Tornou-se personagem de inúmeras anedotas por suas respostas ao “pé da letra”, diretas e intempestivas.

O apelido, recebeu de uma vizinha que passou a chamá-lo de Calunga que, com o tempo foi reduzido para “Lunga”. Casado com dona Carmelita Rodrigues Camilo, era pai de 13 filhos, dos quais, dois morreram.

“Causos”

Em entrevista veiculada na TV Verdes Mares em abril de 1996, um morador conta que o prefeito de Juazeiro do Norte precisou construir uma praça e avisou aos moradores das casas que retirassem os veículos, já que a praça fecharia o acesso às garagens. “Seu Lunga” cismou e disse que não retirava. O resultado é que o carro ficou “preso” na garagem, segundo o morador.

Perguntado pela repórter se o comentário era verdadeiro, ele respondeu: “Tudo no mundo tem jeito. O que não tem jeito é esse bando de desocupado que fica inventando história e fazendo pergunta imbecil”. “O senhor é popular na cidade”, pergunta o repórter? “Não. É que eu não gosto de pergunta imbecil e o povo gosta de fazer pergunta imbecil. Tem de pensar antes de falar. Eu não tenho esse jeito de falar bobagem e de ouvir besteira”. A entrevista continua: “O senhor vende tudo aqui, não é, Seu Lunga?”. O comerciante reponde de pronto: “Não. O mundo não tem tudo, como é que você quer que eu venda tudo aqui na minha mercearia?”

Sobre os políticos, “Seu Lunga” também tinha opinião formada é não era das melhores. “No nosso Brasil tá faltando homem de fibra, de caráter, homem que faça as coisas de maneira honesta. Esse povo que está aí no poder, mandando, é de fazer vergonha”.

(Do Blog Globo.com)

Morre o poeta cearense Seu Lunga

O humorista, poeta, vendedor de sucata e repentista da cidade de Juazeiro do Norte, Joaquim dos Santos Rodrigues, de 87 anos, mais conhecido como “Seu Lunga”, morreu por volta das 9 horas da manhã deste sábado (22.11.2014), na cidade de Barbalha, no interior do Ceará.

“Seu Lunga”, que entrou na história do humor brasileiro por ser uma espécie de “antítese” da risada, até porque eram as respostas mais ásperas em diálogos que faziam sucesso entre o público, estava internado no internado no Hospital São Vicente de Paulo, em Barbalha, onde tratava de um câncer de esôfago.

O artista ganhou notoriedade pelo temperamento forte, tornando-se um personagem do folclore nordestino. Várias páginas em redes sociais, como o Facebook, dedicam perfis ao cearense. Seu apelido veio de uma vizinha que lhe chamava de Calunga, devido a sua loja. Com o passar dos anos, ficou apenas Lunga.

(Com informações do jornal O Povo – Diário de Pernambuco)

Confira algumas anedotas de Seu Lunga

Seu Lunga está numa festa, morrendo de sede, quando passa um garçom.
– Aceita água, Seu Lunga? – pergunta.
– Sim, por favor, responde o zangado.
– No copo, Seu Lunga?, instiga o garçom.
– Não, tu coloca no chão e me dá um rodo que eu bebo aqui mesmo!


Um cliente chega no botequim de Seu Lunga e pede uma dose de cachaça e meio limão. Quando Lunga tenta cortar o limão um pouco do sumo da fruta respinga no seu olho.
– Doeu, Seu Lunga?, quer saber o cliente.
– Não. Vai doer é agora, rebate Seu Lunga, espremendo o limão todinho no próprio olho.


Seu Lunga está vendendo um relógio em sua loja. Então chega uma pessoa interessada no objeto e solta a infeliz pergunta.
– Seu Lunga, posso tomar banho com ele? A resposta sai na lata.
– Sei não. Eu tô vendendo é um relógio, não um sabonete.


Seu Lunga ganhou um frango, vivo, em visita à casa de um parente. Na volta para casa, com o animal debaixo do braço, alguém o para na rua e pergunta.
– Seu Lunga, esse frango aí que o senhor está levando é para comer?
– Não. Eu tô levando ele é para passear. Bora franguinho, anda, anda, e sai tangendo o bicho pela rua.


Seu Lunga estava em sua casa, com sede. E manda seu sobrinho lhe trazer um pouco de leite. Daí o pobre do garoto pergunta:
– No copo?
– Não, bota no chão e vem empurrando com o rodo.


Seu Lunga estava no mercado com uma caixa de ovos. Daí perguntaram a ele:
– Comprando ovos, seu Lunga?
E ele responde:
– Não, jogando um por um no chão.  E joga os ovos no chão.


Seu Lunga estava passeando na calçada com o cachorrinho. E lhe perguntam:
– Passeando com o cachorrinho, seu Lunga?
E Seu Lunga respondeu.
– Não, é meu passarinho, pegando o pobre poodle pela coleira e o fazendo voar.


Seu Lunga vai saindo da farmácia, quando alguém pergunta:
– Tá doente, seu Lunga?
E ele responde:
– Quer dizer que se eu estivesse saindo do cemitério eu tava morto?


O funcionário do banco veio avisar:
– Seu Lunga, a promissória venceu.
E ele respondeu:
– Meu filho, pra mim podia ter perdido ou empatado. Não torço por nenhuma promissória.


Um rapaz entrou em sua loja e disse:
– Seu Lunga, tem pregos tamanho pequeno?
E ele respondeu:
– Tá aí no meio, aponta para a caixa.
E o rapaz procura, procura e não acha. Seu Lunga resolve procurar e acha o prego tamanho pequeno. E o rapaz diz:
– Obrigado.
E ele responde:
– Nada disso. Agora você vai ter que procurar, e devolve o prego à caixa.


Seu Lunga está na cama com sua mulher. Ela tem um pesadelo e diz ao marido:
– Lunga, meu veio, está me dando uma coisa!
Ele:
– Então receba.
A mulher:
– É uma coisa ruim...
Ele:
– Então devolva!


Seu Lunga dava uma bela surra no filho e o menino gritava:
– Tá bom, pai! Tá bom, pai! Tá bom, pai!
– Tá bom? Quando tiver ruim, você me avisa, que eu paro.


O amigo de seu Lunga o cumprimenta:
‒ Olá, seu Lunga! Tá sumido! Por onde tem andado?
‒ Pelo chão, não aprendi a voar ainda…


O telefone toca. Seu Lunga:
‒ Alô!
‒ Bom dia! Quem está falando?
‒ Você!



Nenhum comentário:

Postar um comentário