Seu Lunga morreu aos 87 anos em
Barbalha, no Ceará. Joaquim Santos ganhou fama com respostas ao “pé da letra”. É
um dos personagens populares da cultura nordestina.
“Seu Lunga'” em
imagem de julho de 2013
(Foto: Lucas de
Menezes/Agência Diário)
Joaquim Santos Rodrigues, o “Seu
Lunga”, morreu por volta das 9 horas deste sábado (22.11.2014) na cidade de
Barbalha, no Cariri cearense. “Seu Lunga” tinha 87 anos e estava internado no
Hospital São Vicente de Paulo há três dias, em Barbalha, por causa de um câncer
de esôfago. O sepultamento será neste domingo (23.11.2014) no Cemitério do
Socorro, em Juazeiro do Norte.
Comerciante, poeta e repentista
ganhou fama no Nordeste pelos causos que citavam seu mau-humor.
“Seu Lunga” nasceu no dia 18 de
agosto de 1927, no Sítio Gravatá, na zona rural do município de Caririaçu, na
Região do Cariri. Viveu a infância com os pais e sete irmãos no município de
Assaré, e com 16 anos foi morar em Juazeiro do Norte.
O cearense é um dos mais folclóricos
nomes da cultura popular nordestina. Tornou-se personagem de inúmeras anedotas
por suas respostas ao “pé da letra”, diretas e intempestivas.
O apelido, recebeu de uma vizinha que
passou a chamá-lo de Calunga que, com o tempo foi reduzido para “Lunga”. Casado
com dona Carmelita Rodrigues Camilo, era pai de 13 filhos, dos quais, dois
morreram.
“Causos”
Em entrevista veiculada na TV Verdes Mares em abril de 1996, um morador conta que o prefeito de Juazeiro do Norte precisou construir uma praça e avisou aos moradores das casas que retirassem os veículos, já que a praça fecharia o acesso às garagens. “Seu Lunga” cismou e disse que não retirava. O resultado é que o carro ficou “preso” na garagem, segundo o morador.
Perguntado pela repórter se o comentário
era verdadeiro, ele respondeu: “Tudo no mundo tem jeito. O que não tem jeito é
esse bando de desocupado que fica inventando história e fazendo pergunta
imbecil”. “O senhor é popular na cidade”, pergunta o repórter? “Não. É que eu
não gosto de pergunta imbecil e o povo gosta de fazer pergunta imbecil. Tem de
pensar antes de falar. Eu não tenho esse jeito de falar bobagem e de ouvir
besteira”. A entrevista continua: “O senhor vende tudo aqui, não é, Seu Lunga?”.
O comerciante reponde de pronto: “Não. O mundo não tem tudo, como é que você
quer que eu venda tudo aqui na minha mercearia?”
Sobre os políticos, “Seu Lunga”
também tinha opinião formada é não era das melhores. “No nosso Brasil tá
faltando homem de fibra, de caráter, homem que faça as coisas de maneira
honesta. Esse povo que está aí no poder, mandando, é de fazer vergonha”.
(Do Blog Globo.com)
Morre o poeta cearense Seu Lunga
O humorista, poeta, vendedor de
sucata e repentista da cidade de Juazeiro do Norte, Joaquim dos Santos
Rodrigues, de 87 anos, mais conhecido como “Seu Lunga”, morreu por volta das 9 horas
da manhã deste sábado (22.11.2014), na cidade de Barbalha, no interior do
Ceará.
“Seu Lunga”, que entrou na história
do humor brasileiro por ser uma espécie de “antítese” da risada, até porque
eram as respostas mais ásperas em diálogos que faziam sucesso entre o público,
estava internado no internado no Hospital São Vicente de Paulo, em Barbalha,
onde tratava de um câncer de esôfago.
O artista ganhou notoriedade pelo
temperamento forte, tornando-se um personagem do folclore nordestino. Várias
páginas em redes sociais, como o Facebook, dedicam perfis ao cearense. Seu
apelido veio de uma vizinha que lhe chamava de Calunga, devido a sua loja. Com
o passar dos anos, ficou apenas Lunga.
(Com informações do
jornal O Povo – Diário de Pernambuco)
Confira algumas anedotas de Seu Lunga
Seu Lunga
está numa festa, morrendo de sede, quando passa um garçom.
– Aceita
água, Seu Lunga? – pergunta.
– Sim, por
favor, responde o zangado.
– No copo,
Seu Lunga?, instiga o garçom.
– Não, tu
coloca no chão e me dá um rodo que eu bebo aqui mesmo!
Um cliente chega no botequim de Seu Lunga e pede uma dose de cachaça e meio limão. Quando Lunga tenta cortar o limão um pouco do sumo da fruta respinga no seu olho.
– Doeu, Seu
Lunga?, quer saber o cliente.
– Não. Vai
doer é agora, rebate Seu Lunga, espremendo o limão todinho no próprio olho.
Seu Lunga está vendendo um relógio em
sua loja. Então chega uma pessoa interessada no objeto e solta a infeliz
pergunta.
– Seu Lunga,
posso tomar banho com ele? A resposta sai na lata.
– Sei não. Eu tô vendendo é um relógio, não
um sabonete.
Seu Lunga ganhou um frango, vivo, em visita à casa de um parente. Na volta para casa, com o animal debaixo do braço, alguém o para na rua e pergunta.
– Seu Lunga,
esse frango aí que o senhor está levando é para comer?
– Não. Eu tô levando ele é para passear.
Bora franguinho, anda, anda, e sai tangendo o bicho pela rua.
Seu Lunga estava em sua casa, com sede. E manda seu sobrinho lhe trazer um pouco de leite. Daí o pobre do garoto pergunta:
– No copo?
– Não, bota
no chão e vem empurrando com o rodo.
Seu Lunga estava no mercado com uma caixa de ovos. Daí perguntaram a ele:
Seu Lunga estava no mercado com uma caixa de ovos. Daí perguntaram a ele:
– Comprando
ovos, seu Lunga?
E ele
responde:
– Não,
jogando um por um no chão. E joga os
ovos no chão.
Seu Lunga
estava passeando na calçada com o cachorrinho. E lhe perguntam:
– Passeando
com o cachorrinho, seu Lunga?
E Seu Lunga
respondeu.
– Não, é meu passarinho, pegando o pobre
poodle pela coleira e o fazendo voar.
Seu Lunga vai saindo da farmácia, quando alguém pergunta:
– Tá doente,
seu Lunga?
E ele
responde:
– Quer dizer
que se eu estivesse saindo do cemitério eu tava morto?
O funcionário do banco veio avisar:
– Seu Lunga,
a promissória venceu.
E ele
respondeu:
– Meu filho,
pra mim podia ter perdido ou empatado. Não torço por nenhuma promissória.
Um rapaz
entrou em sua loja e disse:
– Seu Lunga,
tem pregos tamanho pequeno?
E ele
respondeu:
– Tá aí no
meio, aponta para a caixa.
E o rapaz procura,
procura e não acha. Seu Lunga resolve procurar e acha o prego tamanho pequeno.
E o rapaz diz:
– Obrigado.
E ele
responde:
– Nada
disso. Agora você vai ter que procurar, e devolve o prego à caixa.
Seu Lunga
está na cama com sua mulher. Ela tem um pesadelo e diz ao marido:
– Lunga, meu
veio, está me dando uma coisa!
Ele:
– Então
receba.
A mulher:
– É uma
coisa ruim...
Ele:
– Então
devolva!
Seu Lunga
dava uma bela surra no filho e o menino gritava:
– Tá bom, pai! Tá bom, pai! Tá bom, pai!
– Tá bom? Quando tiver ruim, você me avisa, que eu paro.
– Tá bom, pai! Tá bom, pai! Tá bom, pai!
– Tá bom? Quando tiver ruim, você me avisa, que eu paro.
O amigo de
seu Lunga o cumprimenta:
‒ Olá, seu Lunga! Tá sumido! Por onde tem andado?
‒ Pelo chão, não aprendi a voar ainda…
‒ Olá, seu Lunga! Tá sumido! Por onde tem andado?
‒ Pelo chão, não aprendi a voar ainda…
O telefone
toca. Seu Lunga:
‒ Alô!
‒ Bom dia! Quem está falando?
‒ Você!
‒ Alô!
‒ Bom dia! Quem está falando?
‒ Você!
Nenhum comentário:
Postar um comentário