terça-feira, 4 de abril de 2017

Duas histórias quase verdadeiras

Cuidado com a velhinha!


Julgamento em uma cidade do interior. O promotor chama sua primeira testemunha: uma velhinha já avançada nos 80. Para começar a construir uma linha de argumentação, pergunta:

- Dona Genoveva, a senhora me conhece, sabe quem eu sou e o que faço?

- Claro que eu o conheço, Carlinhos: eu o conheci bebê. E, francamente, você me decepcionou. Você mente, bate na mulher, manipula as pessoas, espalha boatos... Você acha que é influente e respeitado na cidade, mas é apenas um pobre coitado. Ah, se eu o conheço! Claro que conheço!

Petrificado, olhando para o juiz e para os jurados, o promotor aponta para o advogado de defesa e pergunta à velhinha:

- E o advogado de defesa, a senhora o conhece?

A velhinha responde imediatamente:

- O Robertinho? É claro que eu o conheço. Eu cuidava dele para a Marina, a mãe dele. Esse também me decepcionou. É preguiçoso, puritano, alcoólatra e sempre quer dar lição de moral nos outros. Ele não tem nenhum amigo e ainda conseguiu perder quase todos os processos em que atuou!

O juiz interrompe e manda que a senhora fique em silêncio. Chama o promotor e o advogado para perto dele, e, debruçando-se na bancada, fala baixinho aos dois:

- Se algum de vocês perguntar a esta mulher se ela me conhece, vai preso na hora, estão ouvindo!

 *****

O falso louco


No corredor de um asilo de loucos, um homem chama o visitante até a porta da cela:

- Meu bom homem, olhe para mim. Eu pareço maluco?

- Não, de jeito nenhum.

E não sou. Juro que não sou. Estou aqui por engano. Por favor, quando o senhor sair daqui, fale com o diretor. Diga a ele sobre a injustiça que estão cometendo comigo. Eu sinto que eles ouvirão suas palavras.

- Farei tudo pelo senhor – disse o homem impressionado com a lucidez do pobre encarcerado.

- O senhor fala com o diretor?

- Falo. Pode estar certo de que falo. Vou dar uma volta pelo hospício, quando sair, falo com ele.

– Fala mesmo, posso confiar no senhor!

- Claro que pode!

- Muito obrigado, senhor. Muito obrigado!

O visitante vai se afastando, quando, de repente, um enorme tijolo arremessado com a maior força acerta o alto do seu coco. Ele se volta para trás assustadíssimo e vê o homem lá na grade balançando o dedinho pra ele e falando:

- Não vai esquecer, hein!...




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