Rodrigo Celente
Praça da Matriz → Em “Cães da
Província”, de Assis Brasil, a praça é cenário das andanças de Qorpo Santo.*(1)
(Praça da Matriz atual)
Rua da Praia → Em “Clarissa”, de
Érico Veríssimo, a jovem que dá título ao livro fica deslumbrada com o agito da
Rua dos Andradas.*(2)
(Rua da Praia - anos 50)
Mercado Público → Em “Os Ratos”,
de Dionélio Machado, Nazazieno caminha até o Mercado atrás de dinheiro para
pagar o leiteiro.
(Mercado Público atual)
Rua Duque de Caxias → Antônio,
protagonista de “O Escorpião de Sexta-Feira”, de Charles Kiefer, vive na Duque
de Caxias, para onde leva a suas vítimas.
(Rua Duque de Caxias: Palácio Farroupilha e Palácio Piratini)
Rua Riachuelo → “Estrychinina”,
romance a seis mãos, narra a transição da cidade para a modernidade. E a área
central é recorrente na obra de Mário Totta, José Paulino Azurenha e José
Carlos de Souza Lobo.
(Rua Riachuelo antiga)
Rua Fernando Machado → Assis
Brasil, em “Cães da Província” cita a famosa história do açougueiro que matava
as vítimas, seduzidas pela sua esposa, e as transformava em linguiça.*(3)
(Antiga Rua do Arvoredo atual Fernando Machado)
Usina do Gasômetro → Antônio,
personagem principal da obra de Charles Kiefer, fica impressionada ao chegar de
Pau d´Arco com a beleza do local.
(Usina do Gasômetro e barcos de passeios)
Rua Fernandes Vieira → Moacyr
Scliar, em “A Guerra do Bom Fim”, retrata o bairro no início dos anos 40, antes
da II Guerra Mundial.
(Rua Fernandes Vieira no Bom Fim)
Avenida Oswaldo Aranha → Aurora,
personagem de “Meia-Noite e Vinte”, de Daniel Galera, relembra quando toma
conhecimento da morte do amigo, que geralmente andava pelo local onde Andrei
foi morto.
(Avenida Oswaldo Aranha)
Avenida Ipiranga → No seu retorno
a Porto Alegre, Aurora, Meia-Noite e Vinte, vai repassando pelos locais que
marcaram sua vida na capital.
(Avenida Ipiranga e o arroio Dilúvio)
*(1) Quorpo Santo José Joaquim de
Campos Leão (Triunfo RS 1829 - Porto Alegre RS 1883). Autor. Qorpo-Santo escreve
sua obra teatral no século XIX, mas suas peças só são encenadas a partir da
década de 1960. Uma boa parte da crítica teatral brasileira do período o
considera precursor do Teatro do Absurdo.
*(2) Em 1865, a Câmara Municipal,
em comemoração ao aniversário da Independência, alterou seu nome para Rua dos
Andradas, desconsiderando sua identidade centenária e popular. Neste período, o
antigo calçamento, executado à base de calha central, para a qual se inclinavam
as calçadas, começou a ser substituído utilizando-se o sistema de pista
abaulada, com sarjetas adjacentes a cada um dos passeios.
*(3) Na verdade, havia uma mulher
que atraía as vítimas para a Rua do Arvoredo, onde seu companheiro as matava
para roubar seus pertences. Um amigo, açougueiro, descartava, junto com ossos
de animais, os pedaços dos corpos das vítimas. Não há comprovação convincente
que o açougueiro, que morava na Rua Riachuelo, fazia linguiça com as carnes dos
assassinados.
(Em Correio do Povo,
março de 2017)
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