Carlos Rodrigues
Brandão*
Somos feitos de barro e do fogo
e por isso somos o desejo e o
amor.
Fomos feitos de terra e de água
e assim somos eternos como a vida
e somos passageiros como a flor.
Somos a luz, a sombra, o claro, a
escuridão
a memória de deus, a história e a
poesia.
Somos o espaço e o tempo, a casa
e a janela
e a noite e o dia, e o sol e o
céu e o chão.
Somos o silêncio e o som da vida.
O estudo, a lembrança e o
esquecimento.
Somos o medo e o abandono.
A espera somos nós e somos a
esperança.
Pois não somos mais e nem menos
do que o todo
e nem somos menos e nem mais que
tudo.
Somos o perene e o momento, a
pedra e o vento
a energia e a paz, a vida criada
e o criador.
Somos o mundo que sente, e irmãos
da vida,
somos a aventura de ser vida e
sentimento.
E assim em cada ave que voa há
nossa alma,
e em cada ave que morre, a nossa
dor.
*Carlos Rodrigues
Brandão é Professor Emérito da Unicamp
O que foi desenhado e escrito aqui
começou num dia que ninguém mais
se lembra quando é que foi. E foi!
Mas o que se escreveu e desenhou
se acabou de desenhar e de escrever
na manhã de céu azul e nuvens brancas
com muito vento e anúncio de chuva
na virada da Lua Crescente para Lua Cheia
do dia oito de setembro do ano de doismile3
faltando um pouco pra chegar a Primavera.
E foi acabado de ser desenhado e escrito
num lugar do Sul de Minas
chamado Sítio da Rosa do Ventos
perto de Pocinhos do Rio Verde
no Vale da Pedra Branca
em Caldas, Minas Gerais,
perto do Céu, longe do Mar,
aqui, no Planeta Terra:
Nossa barca, nossa casa e nosso lar
começou num dia que ninguém mais
se lembra quando é que foi. E foi!
Mas o que se escreveu e desenhou
se acabou de desenhar e de escrever
na manhã de céu azul e nuvens brancas
com muito vento e anúncio de chuva
na virada da Lua Crescente para Lua Cheia
do dia oito de setembro do ano de doismile3
faltando um pouco pra chegar a Primavera.
E foi acabado de ser desenhado e escrito
num lugar do Sul de Minas
chamado Sítio da Rosa do Ventos
perto de Pocinhos do Rio Verde
no Vale da Pedra Branca
em Caldas, Minas Gerais,
perto do Céu, longe do Mar,
aqui, no Planeta Terra:
Nossa barca, nossa casa e nosso lar
→ Nascido em 1940, viveu em Goiás
entre 1967 e 1975, trabalhando como professor universitário. Mestre em
antropologia social pela Universidade de Brasília (UnB), doutor em ciências
sociais pela Universidade de São Paulo (USP) e livre-docente pela Universidade
Estadual de Campinas (Unicamp). Ao longo de sua vida, entre períodos de alguns
meses ou de vários anos, lecionou em 12 universidades do Brasil e da Europa.
Trabalha atualmente no doutorado em ambiente e sociedade na Unicamp e no
Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Goiás (UFG).
Desde 1963 trabalha como educador popular. É autor de vários livros nas áreas
de antropologia social, educação, questões ambientais e literatura. Há mais de
15 anos dedica-se ativamente ao ambientalismo e, de maneira especial, à
educação ambiental. Recentemente escreveu para o Programa dos Municípios
Educadores Sustentáveis, do Ministério do Meio Ambiente, um livro com as idéias
essenciais da proposta: Aqui é onde eu moro. Aqui nós vivemos.
→ Bacharel em psicologia e psicólogo pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1965). Aposentou-se da UNICAMP em 1997. Realizou estudos de pós-doutorado em antropologia junto à Universidade de Perúgia e a Universidade de Santiago de Compostela.
→ Divide sua obra escrita entre a antropologia, a educação e a literatura. Publicou ou coordenou a edição de sessenta e dois livros nestas três áreas do conhecimento. É comendador da Ordem do Mérito Científico, recebeu prêmio do CNPq por sua obra em cultura popular. Recebeu a medalha Roquette Pinto da Associação Brasileira de Antropologia e o Prêmio Poesia-Liberdade pela Fundação Centro Alceu Amoroso Lima. Recebeu também a medalha Dom Helder Câmara, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. É professor emérito da Universidade Federal de Uberlândia.
→ livros de Carlos
Rodrigues Brandão:
- As flores de abril
- Abecedário dos bichos
- O voo da arara azul
- Furudum...
Do Blog Trabalhos
Feitos
Pena que um homem com esse currículo extraordinário não tenha o reconhecimento que merece; mesmo pessoas com bom nível de conhecimento ignoram a sua importância no mundo científico do país.Bem Brasil.
ResponderExcluirEste modesto almanaque reconhece o talento e e beleza poética do versos deste deste grande brasileiro, que é Carlos Rodrigues Brandão!
ExcluirParabéns ao Almanaque!
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