segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Nossa independência foi deflagrada por um carteiro


25 de janeiro - dia do carteiro


A figura do mensageiro sempre esteve presente na história do País. No início eram tropeiros e escravos que faziam esse papel. Em 1663, foi inaugurado o Correio-Mor, serviço responsável pela troca de correspondências entre a Colônia e Portugal. Mais de 150 anos depois entraria em cena Paulo Bregaro, um coadjuvante fundamental para a história do Brasil.

Em 1822, a relação entre dom Pedro I e a Coroa Portuguesa estava estremecida. Nesse clima, chegou uma mensagem com ordens de Portugal, entre elas, a volta imediata do príncipe para a Europa. Como Pedro estava em São Paulo, a futura imperatriz Leopoldina e o ministro José Bonifácio receberam a carta. Bonifácio convocou o mensageiro Bregaro e determinou: “Arrebate e estafe quantos cavalos necessários, mas entregue a carta com toda a urgência”.

O rapaz rumou a São Paulo a todo vapor – de fato, trocando de cavalo várias vezes. O encontro com o príncipe se deu em 7 de setembro, próximo ao riacho Ipiranga. Ao ler os escritos, dom Pedro reuniu a guarda e, arrancando os laços de cores portuguesas, ordenou: “Laços fora, soldados! Camaradas, as cortes de Lisboa querem mesmo escravizar o Brasil: cumpre, portanto, declarar a sua independência. Estamos definitivamente separados de Portugal”. E bradou a famosa frase: “Independência ou morte seja a nossa divisa!”. Pelo menos foi o que ficou registrado na história oficial do Império. Seja precisa ou não a descrição, o fato é que Paulo Bregaro, o carteiro, tornou-se patrono dos Correios.

Íntegra do “telegrama do nego”, de João Pessoa



Leia a íntegra do telegrama que inspirou a bandeira da Paraíba.

Deputado Tavares Cavalcanti - Câmara Federal - Rio:

Reunido o Diretório do Partido, sob a minha presidência, depois de consultados os amigos de maior representação política, resolveu unanimemente não apoiar a candidatura do eminente dr. Júlio Prestes à sucessão presidencial da República. Peço comunicar esta solução ao “leader” da maioria em resposta à sua consulta sobre a atitude da Parahyba. Queira transmitir aos demais membros da bancada esta deliberação do Partido, que, conto, todos apoiarão com a solidariedade sempre assegurada.

Saudações.

(a) - JOÃO PESSOA.

Cartas de princesa Isabel a dom Pedro 2º

 

Íntegra das cartas escritas por princesa Isabel a seus pais, relatando a repercussão da assinatura da Lei Áurea, em 13 de maio de 1888.

13 de maio de 1888 — Petrópolis

Meus queridos e bons pais.

Não sabendo por qual começar hoje: mamãe por ter tanto sofrido estes dias; papai pelo dia que é, escrevo a ambos juntamente.

É de minha cama que o faço, sentindo necessidade de esticar-me depois de muitas noites curtas, dias aziagos e excitações de todos os gêneros. O dia de trás-ontem foi um dia de amargura para mim e direi para todos os brasileiros e outras pessoas que os amam. Graças a Deus, desde ontem respiramos um pouco e hoje de manhã as notícias sobre papai eram muito tranquilizadoras. Também foi com o coração mais aliviado que perto de uma hora da tarde partimos para o Rio a fim de eu assinar a grande lei, cuja maior glória cabe a papai, que há tantos anos esforça-se para um tal fim. Eu também fiz alguma coisa e confesso que estou bem contente de também ter trabalhado para ideia tão humanitária e grandiosa.

A maneira pela qual tudo se passou honra nossa pátria e tanto maior júbilo me causa. Os nossos autógrafos da lei e o decreto foram assinados às três e meia, em público, na sala que precede a grande do trono, passada a arranjar depois de sua partida. O Paço (mesmo as salas) e o Largo estavam cheios de gente, e havia grande entusiasmo, foi uma festa grandiosa, mas o coração apertava-se me lembrando que papai aí não se achava! Discursos, vivas, flores, nada faltou, só a todos faltava saber papai bom e poder tributar-lhe todo o nosso amor e gratidão. Às quatro e meia embarcávamos de novo e em Petrópolis novas demonstrações nos esperavam, todos estando também contentes com as notícias de manhã de papai. Chuvas de flores, senhoras e cavalheiros armados de lanternas chinesas, foguetes, vivas. Queriam puxar meu carro, mas eu não quis e propus antes vir a pé com todos da estação. Assim o fizemos, entramos no Paço para abraçarmos os meninos e continuamos até a igreja do mesmo feitio que viemos da estação. Um bando de ex-escravos fazia parte do préstito, armados de archotes. Chuviscava e mesmo choveu, mas nessas ocasiões não se faz caso de nada. Na igreja tivemos nosso mês de Maria sempre precedido do terço dito em intenção de papai e de mamãe. Não são as orações que têm faltado; por toda a parte se reza e se manda rezar, e esta manhã, nas Irmãs, tivemos uma comunhão por intenção de papai. Comungamos nós dois e umas quarenta senhoras.

Boas noites, queridos, queridíssimos!!!

Saudades e mais saudades!!!


110 anos depois, Brasil devolveu espada roubada do Paraguai

“O povo paraguaio queria ver, apalpar e sentir a sua própria história”.


Solano López

Entre 1864 e 1870, Brasil, Uruguai e Argentina uniram-se para combater um inimigo comum: o Paraguai, então a nação mais desenvolvida da América do Sul. Com três contra um, o resultado da Guerra do Paraguai foi a devastação econômica e social do país vizinho. Para completar, o exército brasileiro tratou de confiscar documentos e objetos pessoais do líder paraguaio Solano López, entre os quais a espada do militar.

Os objetos ficaram guardados na Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, durante décadas. Foram necessários 110 anos e alguma boa vontade de dois controversos militares para que os bens históricos fossem devolvidos ao seu lugar de direito. A restituição aconteceu em 9 de abril de 1980, num encontro em Assunção entre os presidentes João Baptista Figueiredo e Alfredo Stroessner. Durante a cerimônia, o ditador paraguaio pediu a palavra e agradeceu: “O povo paraguaio queria ver, apalpar e sentir a sua própria história”.

Almanaque Brasil da TAM


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