terça-feira, 11 de outubro de 2016

Da Declaração Universal dos Direitos dos Animais



Luiz Coronel

Que lindo!
Lá das alturas,
lonjuras
a águia e o mirando condor
aplaudem os bichos,
todos vindos
ao Dia da Declaração.
- Polvo unido
jamais será vencido!
Com as tintas da aurora
e um pena de pavão
vamos redigir
a nossa Declaração.
A cigarra caiu na farra
mas vem, nem que seja
na marra.
Saibam todos nesta aula:
- Lar de tigre não é jaula!
Me cutuca na nuca
quando vejo uma arapuca!
- Onde anda o urso-panda?
Está em extinção?
Já dizia São Francisco
num doce sermão:
- Todos bichinhos
são nossos irmãos.
O colibri trouxe uma flor
para o bem-te-vi.
Quem matar, quem devastar
vai se dar mal!
Será julgado
por um Tribunal!
- Eu sou o cervo
e faço um escarcéu:
- Não sou cabide,
não nasci pra troféu.
- Nos, os pirilampos,
somos estrelas no campo.
Pergunta a baleia:
- O voto da sereia
vale meio?
A mulita se irrita,
o gambá, além de birita,
pita.
- Mestre leão,
quem faz valer
esta Declaração?
- Respondo num segundo:
São todas as crianças
deste vasto mundo!
No Concerto Oficial
os bichos, nas partituras,
vão de rock e baladas
em louvor às criaturas.


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