Corria o ano de 1822 e a produção de
cana de açúcar, no Recôncavo baiano, ia de vento em popa, mas determinava o uso
de poucos cavalos na produção do entorno de Salvador ‒ as unidades de produção
contavam com mão de obra escrava e os portugueses viviam em pleno conforto. Lá
na região sudeste, no caminho de Santos para o Rio de Janeiro, o nobre D. Pedro
I já havia proclamado a independência do Brasil, porém a Cisplatina e a
província da Bahia se negavam a reconhecer o ato do imperador...
Partindo de cidades combativas, como
Santo Amaro e Cachoeira, um exército popular começou a infernizar as forças
lusitanas que ocupavam Salvador. Os conflitos duraram mais de ano e, na vitória
final, em 2 de Julho de 1823, os portugueses foram colocados para correr. Nas
refregas, os brasileiros, em combate, contaram com o apoio decisivo de homens
da região do semiárido, acostumados a viver montados e que trajavam resistentes
roupas de couro, únicas vestimentas capazes de se manterem íntegras nas
perseguições feitas aos bois extraviados, dentre a vegetação rala e espinhosa
da caatinga.
O município de Pedrão era a sede dos
denominados encourados. E, orgulhosamente, todos os anos seus descendentes se
trajam a caráter e se unem aos demais compatriotas que recordam os combates e
os heróis e heroínas de nossa independência política.
No imaginário baiano, há uma outra
figura, a do decidido, ou atrapalhado, corneteiro Lopes... Mas esta e a
independência da província Cisplatina já são outras histórias...
Feliciano Tavares
Monteiro - SSA - 20 de outubro de 2016
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