sexta-feira, 8 de julho de 2016

Uma Mensagem a Garcia



Elbert Hubbard

“Para evitar críticas, não faça nada, não diga nada, não seja nada.”

Quando irrompeu a guerra entre a Espanha e os Estados Unidos, o que importava a estes era a comunicar-se rapidamente com o chefe dos insurretos. Garcia, que se sabia encontra-se em alguma fortaleza no interior do sertão cubano, mas sem que pudesse precisar exatamente onde. Era impossível comunicar-se com ele pelo correio ou pelo telégrafo. No entanto, o Presidente tinha que tratar de assegura-se da sua colaboração, e isto quanto antes. Que fazer?

Alguém lembrou ao Presidente: “Há um homem chamado Rowan; e se alguma pessoa é capaz de encontrar Garcia, há de ser Rowan”.

Rowan foi trazido à presença do Presidente, que lhe confiou uma carta com a incumbência de entregá-la a Garcia. De como este homem, Rowan, tomou a carta, meteu-a num invólucro impermeável, amarrou-a sobre o peito, e, após quatro dias, saltou de um barco sem coberta, alta noite, nas costas de Cuba; de como se embrenhou no sertão, para, depois de três semanas, surgir do outro lado da ilha, tendo atravessado a pé um país hostil e entregado a carta a Garcia – são coisas que não vêm ao caso narrar aqui pormenorizadamente. O ponto principal é este: O Presidente deu a Rowan uma carta para ser entregue a Garcia; Rowan pegou da carta e nem sequer perguntou: “Onde é que ele está?”

Hosana! Eis aí um homem cujo busto merecia ser fundido em bronze e sua estátua colocada em cada escola do país. Não é de sabedoria livresca que a juventude precisa, nem instrução sobre isto ou aquilo. Precisa, sim, de um endurecimento das vértebras para poder mostra-se altivo no exercício de um cargo; para atuar com diligência, para dar conta do recado; para, em suma, levar uma mensagem a Garcia.

A civilização busca ansiosa, insistentemente, homens nestas condições. Tudo que um tal homem pedir, se lhe dá de conceder. Precisa-se dele em cada cidade, em cada vila, em cada lugarejo, em cada escritório, em cada oficina, em cada loja, fábrica ou venda. O grito do mundo inteiro praticamente se resume nisso: Precisa-se, e precisa-se com urgência de um homem capaz de levar uma mensagem a Garcia.

 *****

Resumido de um texto de Elbert Green Hubbard, que nasceu nos Estados Unidos em 19 de junho 1856 e morreu no naufrágio do navio Lusitânia, em 7 de maio1915. Fundou a editora Roycroft Press, em Nova York.Publicou, como editor e diretor, as revistas The Philistine - onde incluiu a Mensagem a Garcia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário