→ Perguntem, assim à queima-roupa, a uma pessoa a quem
querem apanhar:
– Quantas moedas
de um real há numa dúzia?
E ela logo dirá:
“Doze”.
Perguntem-lhe
depois:
– E quantos meios
reais há?
Sem mesmo pensar,
é quase certo que ela responda: “Vinte e quatro”.
– Isso é
impossível – diga-lhe então – numa dúzia nunca há mais de doze.
→ Outra pegadinha: Esta dá sempre grande resultado. Diz-se a
alguém:
– Sabe, os ônibus
vão parar amanhã!
– Por quê?
– Para as pessoas poderem subir e descer,
nas paradas.
→ Mais outra. Pede-se a alguém
que diga “casas sem janelas”. Esse alguém repetirá:
– “casas sem janelas”.
Diz-se-lhe que não é assim e que deve
dizer “casas sem janelas”.
Depois dele ter dito isto, vê se que
também errou e desta vez faz-se-lhe notar que deve dizer:
“casas sem janelas”.
Ele torna a repetir e torna a errar.
A pegadinha é muito simples. O que ele
havia de ter dito era só “casas” e mais nada.
→ Diz-se a uma pessoa amiga:
– Posso obrigar-te a dizer “preto”!
– Experimenta – responde ela.
Começa-se então:
– De cor é o céu?
– Azul.
– De que cor é a grama?
– Verde.
– De que cor é o carvão?
A isto não responde o nosso interlocutor.
Continua-se, pois:
– De cor é a bandeira brasileira?
– Verde, amarela e azul.
– E a francesa?
– Vermelha, branca e azul.
– Vês? Fiz-te dizer “azul”!
– Ah! Mas eu julgava que era “preto” que
querias que eu dissesse!
– Estás vendo, acabaste de dizer “preto”.
→ Apostemos com uma das pessoas
presentes que ela não é capaz de adivinhar em qual das mãos temos uma moeda de
um real escondido.
Agarramos, sem que deem por isso, duas
moedas de um real, que sejam iguais, e escondemos uma em cada mão. Pomos as
mãos atrás das costas e fingimos mudar a moeda dum lado para o outro;
apresentamos, depois, as mãos, fechadas, à assistência, com uma moeda em cada
uma delas. Se aquele que se prestou a adivinhar, aponta para a nossa mão
esquerda, abrimos a direita, e mostramos-lhe a moeda que lá está. Se aponta
para a direita, abrimos a esquerda, e ele perde igualmente, porque lá está a
moeda.
→ Fazemos para uns amigos a
seguinte pergunta para intrigar:
– Diga-nos se se pode dividir vinte por um
e obter dezenove?
Todos responderão que é impossível.
Pois não é. Ora veja: Aqui temos XX.
Dividam-no por I e olhem! XIX.
→ Andando a passeio com uns
amigos e achando-nos por acaso na margem de um rio, dizemos-lhes assim à
queima-roupa:
– Quem quer apostar comigo em como estamos
do outro lado do rio?
– Isso é tolice! Aposto eu o que você
quiser, – diz um deles – como não estamos.
– Um charuto.
– Pronto, apostado.
– Ora bem (e apontamos para a margem
oposta) aquele é um lado, não é?
– É.
– E, por conseguinte, este lado em que
estamos, é evidentemente o outro! Venha de lá esse charuto.
→ Debaixo de um prato colocamos
uma moeda, e dizemos a todos que somos capazes de tirar esse objeto do seu
lugar, sem tocarmos no prato. Em seguida fazemos uns passes de mágica com as
mãos, por cima deste e dizemos para quem está presente: “Agora o levantem.”
Alguém o faz, e nós imediatamente retiramos de baixo do prato a moeda que lá se
encontrava, cumprindo assim o havíamos dito, pois a verdade é que não fomos nós
que lhe tocamos.
→ Numa reunião familiar, faça a
seguinte proposta: Você colocará uma cadeira no meio da sala, e um voluntário
sentará nela e, após dar três voltas ao redor dela, a pessoa que estiver
sentada na cadeira se levantará espontaneamente. Logo um dos presentes se
prontifica a fazer a experiência e se senta na cadeira. Nós, então, damos duas
voltas em torno dela e dizemos:
– Bem, a terceira volta fica para manhã!
É claro que o paciente voluntário não pode
ali ficar sentado até o dia seguinte e, portanto, nós teremos ganho a aposta.
(Dos Almanach
Bertrand de 1925 e 1930)
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