O civil, entre eles
Uma das fotos icônicas da história
brasileira mostra um grupo de militares armados caminhando pela orla da Praia
de Copacabana. Chama muito a atenção de quem vê a fotografia a presença de um
único civil entre os homens fardados. O mais longo estado de sítio que o país
sofreu, de 1922 a
1927, com severa censura à imprensa e prisão de jornalistas, fez o personagem
real desaparecer nas sombras da história oficial. Hoje, completam-se 130 anos
do nascimento de Octavio Corrêa, aquele homem de Quaraí, RS, que trajando
chapéu, terno, gravata e também com fuzil na mão estava junto dos rebeldes do
Forte de Copacabana quando apenas 18 heróis enfrentaram 8 mil militares e
muitos tombaram.
Octavio foi um deles. Registros dizem
que ele desceu de carro a Serra de Petrópolis, tendo um cobertor enfiado no
pescoço como um poncho, para ir morrer numa briga que não era sua. Nada disso
confere com o homem elegante e sereno entre os líderes da marcha para a morte
pela calçada e pelo leito da Avenida Atlântica – uma das mais famosas do mundo
–, que a imagem dramática do fotógrafo Zenóbio Rodrigo do Couto, da revista O
Malho, não deixa desmentir. Esse capítulo da História do Brasil, conhecido como
o episódio dos “18 do Forte” e que nunca teve seus detalhes devidamente
esmiuçados, será agora revelado.
O livro Octavio, O Civil dos 18 do
Forte de Copacabana*, do jornalista Afonso Licks (Montenegro, 3/9/1953), trará
informações inéditas sobre a motivação de Octavio Corrêa e os fatos que
aconteceram em 5 e 6 de julho de 1922. A convite do Museu Histórico do Exército
e Forte de Copacabana, a obra será lançada, com a presença do autor, no próprio
Forte, no RJ, no dia 5 de julho, em ato de celebração à data da revolta de
1922. Em setembro, haverá o lançamento do livro em Quaraí. A Revolta
dos 18 do Forte, também conhecida como Revolta do Forte de Copacabana, foi
iniciada em 5 de julho de 1922 e encerrada no dia seguinte, na então Capital
Federal.
Foi a primeira revolta do movimento
tenentista. O levante teve como motivação buscar a queda da República Velha,
cujas características oligárquicas, atreladas ao latifúndio e ao poderio dos
fazendeiros (chamada de política do Café com Leite), opunham-se ao ideal
democrático vislumbrado por setores das Forças Armadas, em especial de baixa
patente, como tenentes, sargentos, cabos e soldados. O episódio, mesmo
malsucedido, tornou-se um exemplo para militares e civis no país, marcando o
início do movimento tenentista e dando origem a outras revoltas tenentistas,
como a Coluna Prestes, a Revolta Paulista e a Comuna de Manaus. Esse movimento
preparou o caminho para a revolução de 1930, que levou Getúlio Vargas ao poder.
(Do Almanaque Gaúcho
de Zero Hora)
*O livro já está à venda na Martins Livreiro e na Palmarinca, em Porto Alegre.
Onde está o corpo de Octavio?
O jornalista e advogado Afonso
Licks acaba de lançar o livro Octavio, o civil dos 18 do Forte de Copacabana.
Na obra, ele relata detalhes de um capítulo mal contado da história do Brasil.
Licks empreendeu profundas pesquisas para traçar o perfil do único civil a
participar do movimento que levou jovens tenentes revolucionários a enfrentar a
morte na calçada da praia mais famosa do mundo, Copacabana. O nome desse
paisano é Octavio Corrêa (1886-1922), um gaúcho aventureiro e, até então,
misterioso protagonista da ação em que 18 homens enfrentaram 8 mil militares
governistas do presidente Epitácio Pessoa, na tarde do dia 6 de julho de 1922.
Jazigo da família
Corrêa,
local em que deveriam estar os restos mortais de Octavio.
local em que deveriam estar os restos mortais de Octavio.
Foto: Jo Mira Palheta
/ Arquivo Pessoal
Depois da intensa fuzilaria, que
durou pouco mais de 11 minutos, Octavio morreu, aos 36 anos, a caminho do
Hospital da Santa Casa de Misericórdia. Octavio era o quinto dos 12 filhos de
Carlos Alberto Corrêa, pecuarista de Quaraí, tão rico, que foi o maior pagador
de impostos rurais e urbanos da Província nos anos de 1911, 1914 e 1915.
Trazido para Porto Alegre, o corpo de
Octavio, depois de encomendado na cripta da Catedral Metropolitana, foi
encaminhado, provisoriamente, ao cemitério da Santa Casa de Misericórdia, para
ser enterrado "entre muros", pois o mausoléu da família Corrêa, no
Cemitério São Miguel e Almas, ainda estava em construção. Embora
exista um documento da saída dos restos mortais do cemitério da Santa Casa,
estranhamente os despojos de Octavio não estão registrados na lista dos 19
parentes sepultados no jazigo 25, que é o mausoléu da família, ornado por um
busto de seu pai, Carlos Alberto, no São Miguel e Almas. Como se vê, apesar dos
esforços de Licks, algum mistério ainda ronda a breve vida (ou morte) de
Octavio Corrêa.
(Do Almanaque Gaúcho
de Zero Hora)
Caro Nilo, o Livro Octavio, O Civil dos 18 do Forte de Copacabana já pode ser encontrado no Martins Livreiro e na Palmarinca, em Porto Alegre. Muito obrigado pelo destaque. Seus leitores são convidados para a Exposição no Forte de Copacabana, de 6 a 31 de julho. Abraço.
ResponderExcluirCaro amigo Afonsos Lincks, parabéns por resgatar um fato marcante da História do Brasil. Recomendo a todos os leitores do nosso almanaque que leiam o livro e divulguem aos seus amigos.
ResponderExcluirUm abraço de Nilo da Silva Moraes
Prezado Afonso.
ResponderExcluirBoa tarde!
Parabenizo-o pela obra e exposição e pergunto onde posso adquiri-lo aqui no Rio de Janeiro.
Abraço,
Professor Clarindo
Instituto Amigos do Patrimônio Cultural-IAPAC
amigosdopatrimonio@gmail.com
(21) 2216-8500
Prezado Afonso.
ResponderExcluirBoa tarde!
Parabenizo-o pela obra e exposição e pergunto onde posso adquiri-lo aqui no Rio de Janeiro.
Abraço,
Professor Clarindo
Instituto Amigos do Patrimônio Cultural-IAPAC
amigosdopatrimonio@gmail.com
(21) 2216-8500
Professor Clarindo, mantenha contacto com Martins Livreiro ou Livraria Palmarinca, aqui de Porto Alegre.
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