Patente – do latim patere, “tornar público, anunciar, abrir”. Além
de indicar em que grau se encontra o militar na hierarquia, significa “registro
de uma invenção, fazendo público que os direitos a ela referentes são devidos a
determinada pessoa”.
Em certa época, significou também
um salvo-conduto, uma permissão para circular sem restrições. Esta era a
littera patens, “carta-patente” ou “documento para que todos tenham
conhecimento”.
Soldado – do Italiano soldato, “o que recebe soldo”. E o soldo vem
de solidum numus, “dinheiro sólido” – moedas, enfim.
Cabo – esta palavra veio do Latim caput, “cabeça”, no sentido de
“pessoa que chefia”. Hoje em dia um cabo não manda muito; mas todos eles se
podem consolar pensando que o Imperador Napoleão Bonaparte era chamado, com
afeto, Le Petit Caporal, “o pequeno cabo”. Ele havia sido cabo no exército,
numa época em que muitos já começavam com uma patente de oficial, recebida por
méritos de parentesco ou de pura e simples compra.
Sargento – vem do Latim servire, “servir, atender, ajudar”.
Originalmente sua atividade era mais a de um criado. Existe uma ferramenta
usada em marcenaria com esse nome, que serve para manter unidas duas peças de
madeira que devem ser trabalhadas ou coladas juntas. Mas esta se origina da
expressão francessa serre-joint, “aperta-junta”. Apenas a pronúncia é
semelhante.
Tenente – do Latim tenere, “manter, segurar, firmar”. Ao dizer que
alguém é “lugar-tenente” de outra pessoa, dizemos que aquele é alguém de
confiança que garante a manutenção do lugar (ou da situação, ou do cargo) na
ausência do seu dono.
Em Francês e Inglês, usa-se
respectivamente lieutenant e lieutenent (literalmente lugar-tenente) para
designar o nosso tenente.
Em Heráldica, a arte dos brasões,
um tenente é uma das figuras que aparecem a cada lado do escudo, como que o
mantendo erguido no lugar. Podem ser figuras humanas ou de animais, existentes
ou não (no escudo do Reino Unido, são um unicórnio e um leão).
Capitão – vem do Latim capitanum, também de caput, indicando que aquele
militar é a cabeça que manda.
No Brasil tivemos os
Capitães-do-Mato de triste memória, usados para caçar escravos fugidos. Eles
não eram militares.
Parece que a palavra agrada
muito, pois existem também diversas plantas, insetos e aves com esse nome.
Major – agora as coisas estão ficando boas, pois major vem do Latim
major (pronunciava-se “máior”), que era o aumentativo de magnus, “grande”.
Nossas palavras maior e maioral vêm daí. Em Portugal, o
maiorista é o que vende por atacado.
Coronel – do Italiano colonello, que era quem comandava uma
colonna, ou seja, uma “coluna” de soldados. Colonna vem do Latim columna,
“coluna”.
General – vem do Grego gignomai, “eu nasço”, pelo Latim genere,
“gerar”. Essa palavra deu genos, “raça” em Grego. A palavra general primeiro era “referente
à tribo inteira” e depois passou a designar o seu representante, o seu chefe
maior.
Com o sentido de “referente a
toda a tribo”, a palavra passou a geral em Português. Mas se
manteve general em Espanhol, general em Inglês, général em Francês, tanto nesse
sentido como para a patente militar.
Generalíssimo, posto que em geral
associamos a republiquetas, é o comandante supremo, especialmente de uma força
pertencente a mais de um país ou a forças naval e de terra combinadas.
Comodoro – usado na Marinha, deriva do Holandês kommandeur. Este
idioma gerou muitos termos náuticos, especialmente no Inglês. E kommandeur veio
do Francês commandeur, “comandante”.
Por sua vez, esta palavra vem do
Latim commandare, de co-, intensificativo, mais mandare, “mandar”. E mandare
vem de manus, “mão”, mais dare, “dar”.
Brigadeiro – do Italiano brigadiere, “comandante de uma brigada”.
Brigada é um grupo de soldados cujo nome vem do Celta briga, “luta, batalha,
briga”.
Almirante – do Árabe amir-al-bahr, “comandante do mar”, um
comandante naval sarraceno sob as ordens de um sultão ou califa.
Por um erro, achou-se que amir-al
fosse uma só palavra, que foi latinizada para amiralis. Depois se colocou um
“D” após o “A”, por influência de admirabilis, “admirável”.
Anspeçada
Seu nome vem do Italiano lancia spezzata, “lança quebrada”, que era o símbolo
da graduação.
É uma graduação que não existe há muito tempo, e se situava entre soldado e Cabo.
Furriel – é um Sargento com a função de lidar com folha de
pagamentos e refeições de Sargentos, Cabos e soldados. A palavra vem do Francês
fourrier, “encarregado da alimentação e alojamento dos soldados”, e veio do
Latim fur, “ladrão”.
Não é que eles desviassem
material ou dinheiro; acontece que, no Exército romano, eles eram os
encarregados de prover alimentação para os soldados.
Como a ideia de um exército levar
sua própria alimentação (“munição de boca”) nas campanhas tem poucos séculos,
imagine-se o desastre que era ter um grupo de soldados, mesmo amigos, acampando
por perto da propriedade rural da gente.
Outro descendente dessa palavra é furto.
Ordenança – do Latim ordinantia, “militar à disposição de um
oficial para transmitir ordens”. As suas atribuições passaram depois à
assistência e pequenos trabalhos para um oficial superior e agora estão
absorvidas pelo seu motorista.
Marechal – vem do Germânico marah, “cavalo”, mais scalh,
“servente”. Estas atribuições eram tão importantes numa época em que a
principal arma era a cavalaria que o título foi recebendo importância cada vez
maior, aplicando-se a altas autoridades sob os reis teutônicos. Nossas forças
armadas não têm mais este posto.
Pelotão – vem do Francês peloton, que vem de pelotte, “bola”. A
acepção é a de “um amontoado, um conjunto” de homens. Atualmente, pelo menos no
Exército Brasileiro, tem um efetivo de trinta soldados.
Companhia – é um conjunto de três pelotões. A palavra vem do Latim
com-, “junto” mais panis, “pão”. Assim, um companheiro é aquele com quem se
pode repartir o pão, em quem se pode confiar.
Batalhão – vem do Latim battere, “golpear, bater”. Como isso era o
que mais se fazia quando soldados inimigos se defrontavam na época antiga,
surgiu a palavra batalha para descrever uma atividade de luta.
Um grupo de soldados aptos para a
atividade de guerra era, para os italianos, um battaglione, palavra que passou
ao Francês como bataillon. Hoje é formado por um grupo de quatro companhias.
Com muita razão a luta pela sobrevivência é chamada
atualmente de batalha.
Regimento – é um
conjunto de três batalhões, mas a partir deste nível os números variam. Tem a
ver com o Latim rex, “rei”.
A palavra regere significava
“comandar, reger”. Dela se fez regimen, “regra”, ou seja, “conjunto de ordens
emitidas por quem tem o poder”. O regimento de uma instituição é o conjunto de
regras que norteia a conduta dos seus participantes.
Da noção de “regra”, regimento
passou a significar também “conjunto de militares que dão apoio ao cumprimento
das regras”.
Brigada – vem do Italiano brigata, do Celta briga, “luta, agressão
física”. É formada por dez mil a quinze mil homens em nosso país e comandada
por um Brigadeiro, como visto mais acima.
Exército – do Latim exercere, “manter em movimento constante,
inquietar, adestrar”. Daí se formou exercitus, “tropas, exército, infantaria”.
É formado por setenta mil a cem mil homens atualmente.
Quartel – até certa época, as cidades europeias eram divididas
administrativamente no que os franceses chamavam quartiers, do Latim quattuor,
“quatro”. Ainda hoje eles usam a palavra quartier para “bairro”,exemplo temoso
``quartier latin`` ou bairro latino.
Isso porque as partes eram
quatro, conforme os pontos cardeais. Uma delas era a destinada aos soldados, o
que originou o nome quartel dado agora aos prédios e terrenos destinados a uma
organização militar.
A expressão luta sem quartel
significava que a batalha não teria interrupções nem possibilidade de abrigo ou
descanso até que um dos lados vencesse.
Artilharia – vem do Francês artillerie, inicialmente “depósito de
armas e munições, conjunto de armas”. Esta palavra derivou de atirier, “armar,
ordenar, arrumar”, que vinha do Latim teri,”o que está arrumado, ordenado”.
Cavalaria – vem do uso do cavalo, caballus em Latim. Inicialmente
esta palavra era reservada aos animais de carga, sendo usado equus para os de
montaria. Com o tempo, caballus predominou no uso, a outra palavra ficando para
formações cultas, como eqüestre.
Infantaria – o soldado a pé, o infante, pelas grandes dificuldades
que enfrentava em campanha, era comparado pelos romanos a uma criança que nem
falava ainda: in-, “não”, mais fari, falar”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário