O mais famoso noticiário de todos os
tempos, o Repórter Esso, estreou no rádio no dia 28 de agosto de 1941. Foi o
primeiro noticiário de radiojornalismo do Brasil, comandado pela Rádio Nacional
do Rio de Janeiro. Patrocinado pela empresa norte-americana sediada no Brasil,
Standard Oil Company of Brazil, o Repórter Esso se especializou em divulgar,
principalmente, notícias sobre a evolução das guerras travadas pelos Estados
Unidos em todo o mundo.
O locutor
→ O locutor Heron Domingues
apresentou o programa durante 18 anos. Os slogans “Repórter Esso, o testemunha
ocular da história” e “Repórter Esso, o primeiro a dar as últimas” ficaram
famosos em sua voz.
→ Heron Domingues nasceu na
cidade de São Gabriel no estado do Rio Grande do Sul e aos 16 anos teve a ideia
de ser cantor e foi participar de um concurso de calouros na Rádio Gaúcha, em Porto Alegre.
→ Era um domingo do mês de
dezembro de 1941, dia escolhido pelos japoneses para bombardear Pearl Harbour,
no Havaí.
→ Na ausência do locutor da rádio, Domingues foi lançado às pressas aos microfones e deu a notícia em primeira mão.
→ Não participou do concurso, mas saiu da rádio empregado.
→ Em 1944, mudou-se para o Rio de Janeiro e passou a trabalhar na Rádio Nacional, onde, no programa “Repórter Esso”, transmitia a informação “como se estivesse numa trincheira”, como costumava dizer.
→ Ele mesmo relataria: “Trabalhei
no Repórter Esso de 1944 a
1962, sem um dia de folga. Levantava-me ás 6 h 45 min e voltava para casa à 1 h
30 min da madrugada.
→ Nos períodos críticos, dormia na rádio, que tinha uma cama na redação.
→ Para se ter uma ideia da época conturbada em que vivíamos, no período em que fui locutor do Esso, houve no Brasil dez presidentes da república.
→ Durante a guerra, dormia na Rádio Nacional com um fone no ouvido, diretamente ligado a UPI.
→ Sempre que havia uma notícia importante, eles me despertavam, eu mesmo colocava a emissora no ar e transmitia a notícia.
→ Para o fim da guerra, preparamos uma audição especial do Repórter Esso, em que a notícia seria dada fundida com o repicar de sinos.
→ Com medo de me
emocionar muito diante do microfone, gravei o início da transmissão: “Atenção!
Atenção! Acabou a guerra”.
→ Acampado no estúdio da carioca Rádio Nacional, Heron Domingues, o Repórter Esso, aguardava sôfrego pelo telegrama que confirmaria o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945.
→ Deveria fazer jus ao apelido a ele atribuído, “o primeiro a dar as últimas” e não arredaria pé da rádio até que anunciasse as boas novas.
→ Após passar Natal, Ano-Novo e Páscoa em alerta, os colegas insistiam para que ele fosse descansar em casa.
→ Aceitou o conselho a contragosto e, para sua decepção, foi em casa que o radialista soube do fim do armistício, pela emissora concorrente.
→ Para consolo, sua credibilidade ressoou: “Se o Repórter Esso ainda não deu, não deve ser verdade”, comentava-se pelo País.
→ Só depois que empostou sua inconfundível voz ao microfone é que a notícia ganhou veracidade.
→ A notícia foi ao ar às onze horas da manhã do dia 7 de maio de 1945.
→ Heron era a própria testemunha ocular da história, do slogan utilizado pelo famoso jornal.
→ Em 1962, já no Rio, foi comentarista internacional de “A Imprensa” e de “A Noite”, redator da United Press e locutor dos jornais cinematográficos da Atlântida.
→ Estagiou durante três anos nas grandes redes de TV americanas.
→ Uma das melhores vozes do
rádio, quando transferiu-se para a televisão fez um regime para perder 20
quilos, mudou o guarda-roupa e o corte do cabelo, tudo para aprimorar o visual.
→ Tinha o costume de ligar para as embaixadas a fim de confirmar a pronúncia de nomes estrangeiros e retificava os textos entregues pelos redatores para que ele os apresentasse.
→ Tinha o costume de ligar para as embaixadas a fim de confirmar a pronúncia de nomes estrangeiros e retificava os textos entregues pelos redatores para que ele os apresentasse.
→ Cinco notícias que lhe causaram maior emoção:
- o lançamento do primeiro satélite artificial em órbita terrestre;
- o fim da II Guerra;
- a conquista pelo Brasil da Copa do Mundo de 1958;
- o lançamento da bomba atômica em Hiroshima;
→ O jornalista faleceu aos 50 anos, em 9 de agosto de 1974.
- o lançamento do primeiro satélite artificial em órbita terrestre;
- o fim da II Guerra;
- a conquista pelo Brasil da Copa do Mundo de 1958;
- o lançamento da bomba atômica em Hiroshima;
- o suicídio do presidente Vargas que, segundo suas palavras, o levou às lágrimas.
→ Acreditava que a voz era dádiva de Deus e não se preocupava em preservá-la.
→ Depois do expediente, era comum lotar a casa de amigos para notívagos
bate-papos.
→ Quando as visitas partiam, virava-se para a esposa, a jornalista Jacyra
Domingues, e dizia: “Já faz muito tempo que estou em casa, vamos sair para
dançar.”
→ Uma equipe médica estudou a voz de Domingues por dez anos e nenhuma alteração foi observada, um fenômeno.
“Bebo e fumo em excesso”, disse ele.
“Pois continue bebendo e fumando”, teriam lhe aconselhado os médicos.
“Pois continue bebendo e fumando”, teriam lhe aconselhado os médicos.
→ Foi o primeiro apresentador de tevê, quando ingressou na
TV Tupi, em 1961.
→ Desde 1972, estava na TV Globo, eufórico para anunciar com exclusividade a renúncia do ex-presidente americano Richard Nixon, sem imaginar que seria seu último noticiário.
→ Poucas horas depois, amigos acreditam que Domingues foi vencido pela emoção e por isso morreu dormindo, vítima de um ataque cardíaco, em 09 de agosto de 1974.
→ Causa da Morte: Heron Domingues morreu dormindo em
09/08/1974 com 50 anos de idade em sua residência no Rio de Janeiro, devido à
ocorrência de infarto.
→ Sepultamento: O corpo de Heron Domingues foi sepultado no dia 10/08/1974 no
Cemitério São João Batista no Rio de Janeiro. Rua General Polidoro, s/n -
Botafogo. Cidade do Rio de Janeiro - RJ - Brasil.
(Do Blog Obituário da
Fama)
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