sábado, 21 de maio de 2016

Histórias de Paraquedistas XXI


O primeiro saltador livre do Núcleo da Divisão Aeroterrestre


O paraquedista desta foto foi, provavelmente, o primeiro saltador livre do antigo Núcleo da Divisão Aeroterrestre. O major Paulo Altenburg Brasil, pqdt 432 – 1950/10 – MS 107, saltando na ZL de Gramacho, no final dos anos 50.

No livro “Memória Histórica da Brigada de Infantaria Paraquedista”, do Cap Domingos Gonçalves, ele nos conta: “O equipamento utilizado era precário, com riscos para os saltadores e sequer se conhecia instrumentos para controle de altitude e do tempo de queda. Os paraquedas de se dispunha à época eram os B-8 e B-12, levados pela tripulação das aeronaves da FAB para utilização em caso de emergência, ou, ainda, o resultado de arriscadas improvisações feitas em paraquedas semi-automáticos, nos quais de se adaptava um piloto e um punho, com o consequente comprometimento para a segurança e o conforto do saltador.

Os adeptos do esporte – principalmente em clubes civis, entre eles muitos oficiais e sargentos do GU – exerciam o salto livre de forma absolutamente autônoma, sem qualquer apoio técnico, lançando-se de aeronaves de que podiam dispor, até mesmo sem sonda ou equipe de terra. Uma das aeronaves mais utilizadas na época foi o L-6, monomotor conhecido como “Paulistinha”.

Dentre os entusiastas que praticavam o salto livre até aquele (junho de 1958), Podemos destacar os seguintes militares desta Brigada, nos postos e graduações quer tinham na época.

 Majores: Paulo Altenburg Brasil e Dickson Melges Grael;

 Capitães: Luiz Paulo Fernandes de Almeida, Edgardo Sarmento e Silva, Bento Davi Gomes, Paulo César Paquet de Andrade, Nilton de Albuquerque Cerqueira e Euler de Figueiredo Reis;

 Tenentes: José Roberto Monteiro Wanderley e Helio Ribeiro Conceição;

 Sargentos: Alberto Andres, Edgar Marques, Agenor de Souza, Amaury Simões de Oliveira, Abel Barreto de Siqueira, Francisco Clayton Lemos do Rego, entre outros.

A primeira perda


Ten Bongiovani

Após um período de algum progresso, o desenvolvimento do salto livre na GU foi atingido pela morte trágica do Tenente Wilson Arantes Bongiovani – saltador do Clube Militar – ocorrido no dia 9 de agosto de 1960. Durante festividade havida no Batalhão Santos Dumont, lançou-se a bordo de um helicóptero sobre a ZL do Campo dos Afonsos, juntamente com o Major Paulo Altenburg Brasil, não conseguindo acionar seu paraquedas, causando grande consternação a todos que assistiam à demonstração e repercussão na mídia local.

Outros saltadores livre da Brigada dos anos 60


Sgt Nelson Soares Pereira, Pqdt 857


Sgt Dalton Malfacini, Pqdt 1206


Equipe da Salto Livre da Brigada Paraquedista que representou o Brasil em vários campeonatos de salto livre militar.

Acima da esquerda para a direita:  Cap Carlos Alberto Duarte do Prado, Sgt Dalton Malfacini, Sgt Caribê Lemos de Monte Santo, Subten Jorge Geraldo dos Santos e Sgt Antônio Codevilla Tavares.


Paraquedista em salto livre


Schirmer, o primeiro campeão


Equipe de salto livre, década de 60-70:

Nomes pelos números da foto:

01) Joel Ferreira de Oliveira, pqdt 1121, 
02) Caribê de Monte Santo, pqdt 2088, 
03) Jorge Geraldo dos Santos, pqdt 473, 
04) Dalton Malfacini, pqdt 1206, 
05) Solon Rodrigues Santos, pqdt 2075, 
06) Agildo Ferrnandes Vieira, pqdt 6142, 
07) Jurandyr Ochsendorf e Souza, pqdt 5431, 
08) Antônio Codevilla Tavares, pqdt 4382, 
09) Juiz de competições de salto livre, 
10) Eneas das Chagas Vieira, pqdt 1195, 
11) Luiz Olintho Teixeira Schirmer, pqdt 3036.

(Do Almanaque Paraquedista, capa abaixo)



Um comentário:

  1. Graça e paz a todos!

    No distante ano de 1965 viajei ao Rio de Janeiro no sonho de juventude de servir ao exército como soldado "paraquedista". Não era mesmo minha praia, pois, meu sonho foi derrotado pelo apavorante frio que fazia no local na quase madrugada, quando pude ver os paraquedistas fazendo treinamento em solo. Era bonito e glamoroso ver aquela tropa enfrentando o frio a que eram submetidos aos gritos dos sargentos. Voltei a terra natal meu Ceará "terra de cabra da peste". Troquei o sonho de usar um paraquedas e fui servi a Pátria como ARTILHEIRO de canhão no Grupamento de Obuses - GO. 106 milímetros em Fortaleza.

    A TROPA PARAQUEDISTA - Tivemos uma lição deixada pela Alemanha
    na 2ª Guerra Mundial, da eficácia do uso da "brigada Militar de Paraquedistas naquele evento. Hoje, as forças de segurança que se prezem, possuem no efetivo "Brigadas de Paraquedistas". Penso que nos dias atuais mesmo com o uso de satélites, dos drones e outros bons e eficientes radares, ainda ocorre êxito com o uso de uma "Brigada Paraquedista bem treinada". Isto, porque os atuais paraquedas obedecem docilmente o comando do paraquedista, independentemente, da situação que se apresente o vento. É oneroso manter o militar profissional Paraquedista. Mas penso ser muito importante e estratégico ter uma companhia ou mesmo um simples esquadrão de Paraquedistas sediados em alguns estados brasileiros, principalmente, nos mais próximos de Brasília e da região do Amazonas e fronteiras. Não tenho conhecimento do atual poder de combate e meios disponíveis da nossa tropa "Brigada Militar de Paraquedistas do Exército". Muito raramente vejo voando aeronaves próprias ao transporte de tropas. Lembro-me dos "velhos Búfalos" que vez por outra sobrevoavam nossa cidade. Cheguei a viajar nos "búfalos" e a barulheira era muito grande. Neles, os passageiros sentavam em bancadas ao logo das laterais do avião e sem nenhum conforto.

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