Há uma antiga lenda japonesa datada
do período Muromashi (século XV) que conta que um pescador chamado Urashima
Taro (o "japinha" do desenho) salvou uma tartaruga de um grupo de
rapazes que a estavam maltratando.
No dia seguinte, uma tartaruga enorme
se aproximou dele e lhe disse que a pequena tartaruga que ele salvara era na
verdade a filha do Imperador do Mar, que gostaria de vê-lo e agradecer-lhe. Ela
permitiu que ele subisse em suas costas e, através de magia, fez surgir
brânquias em Taro para que ele pudesse respirar debaixo d'água.
Assim pôde levá-lo a uma viagem para
conhecer o fundo do mar e o palácio do rei-dragão. Lá, o pescador se encontrou
com o imperador e com a sua filha, a pequena tartaruga, que agora estava
transformada em uma bonita princesa.
Taro ficou no palácio como hóspede de
honra e muitas festas foram feitas em sua homenagem. Assim foram se passando os
dias.
Embora feliz nas águas marinhas,
Urashima começou a sentir saudades de sua terra natal e de seus parentes, e
pediu para voltar. Ao partir, recebeu da princesa uma arca de presente, com a
promessa de que só a abrisse quando ficasse bem velho e de cabelos brancos.
Ao chegar em sua cidade, não a
reconheceu, pois estava tudo muito mudado. Ele não conseguiu reconhecer nenhuma
das pessoas da vila, os lugares já não eram mais os mesmos.
Começou a perguntar se ninguém
conhecia um pescador chamado Urashima Tarō. Algumas pessoas disseram que tinham
ouvido falar de alguém com esse nome, que havia desaparecido no mar muitos anos
atrás. Taro acabou descobrindo que haviam se passado trezentos anos desde o dia
em que havia decidido ir ao fundo do mar.
Tomado de grande tristeza, foi para a
beira do mar na esperança de reencontrar a tartaruga, mas desesperou-se porque
esta demorava e acabou abrindo a caixa que a princesa lhe havia oferecido. De
dentro dela saiu uma nuvem de fumaça branca, que o envolveu. De repente, seu
corpo tornou-se velho e enrugado, nasceu-lhe uma longa barba branca e suas
costas curvaram-se com o peso de tantos anos. E do mar veio a voz doce e triste
da princesa: “Eu lhe disse para não abrir a caixa. Nela estavam todos os seus
anos …” A caixa continha a “eterna juventude” de Urashima Taro e o pescador,
sem reconhecer seu valor, deixou-a ir-se para sempre.
O “Jingle” da VARIG
No final dos anos 60, a VARIG inaugurava sua
rota do Brasil ao Japão e para comemorar, encomendaram um "jingle" ao
notável "jinglista" Archimedes Messina. Baseado na lenda, ele fez uma
adaptação genial que acabou se transformando num enorme sucesso e até hoje é um
dos "jingles" mais tocados no Brasil. A gravação ficou a cargo da
"Target Audio", a produção ficou a cargo de Eduardo Barros e a voz é
da cantora japonesa Rosa Miyake que naquela época fazia um sucesso enorme com o
programa “Imagens do Japão” da Rede Record.
O jingle
Urashima Taro,
Um pobre pescador,
Salvou uma tartaruga,
E ela, como prêmio,
Ao Brasil o levou.
Pelo reino encantado,
Ele se apaixonou
E por aqui ficou.
Passaram muitos anos,
De repente, a saudade chegou.
Uma arca misteriosa,
De presente, ele ganhou.
Ao abri-la, quanta alegria
Vibrou seu coração.
Encontrou uma passagem da VARIG
E voou feliz para o Japão.
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