Nos primórdios de Porto Alegre,
muito antes da chegada dos veículos a motor, havia dezenas de frades de pedra,
principalmente nas esquinas da cidade. Eram marcos em forma de colunas,
esculpidos em granito, com oito lados, medindo 1m30cm de altura por 40cm de
diâmetro, com a parte superior arredondada em formato de cabeça com capuz, daí a
origem do nome. Há duas versões para a sua utilidade. A primeira seria proteger
as casas dos estragos provocados por carroças desgovernadas. Já a segunda,
amarrar os animais de tração.
Hoje, só se tem notícia da
localização sete deles na Capital. Três estão no Parque Farroupilha, dois no
Parque Marinha do Brasil, um em frente ao Museu Joaquim José Felizardo e um
outro junto à Praça Argentina, perto da antiga Escola de Engenharia. Não se
sabe onde foram parar os demais. Consta que a cidade de Rio Pardo conta com 13
unidades devidamente preservadas. Esses marcos foram muito populares em sua
época.
Deram origem até a uma expressão vez
por outra usada ainda hoje: “É tão vergonhoso, que faria corar até um frade de
pedra”. Há também a história folclórica de que, na primeira metade do século
passado, alguém deixou um burro mal amarrado na Avenida João Pessoa, o qual, soltando-se,
foi parar no pátio gramado da vizinha Faculdade de Direito. Dizem que o
diretor, ao ver a besta pastando no recinto, teria bradado para o funcionário
superior: – Bedel! Bedel! Tire este animal daqui, senão, dentro de cinco anos,
ele veste a toga e recebe o diploma de bacharel!
(Do Almanaque Gaúcho
de Zero Hora)
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