quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Poemas eróticos de escritores famosos

La vaseline

Chez un pharmacien, place de l'Opéra,
Un monsieur fort bien mis en coup de vent entra:
“Vite, dit-il, donnez-moi de la vaseline!”
Le potard (1), empressé, demande à ce client
Impatient
A quel us il destine
Le gras ingrédient:
“Est-ce pour le visage? Il en faut de la fine...
En voici
De ci
Pure
Que sur votre figure
Sans danger vous pouvez l'étaler...
J'en ai de boriquée (2)... et je la recommande...”
Le client, trépignant, répond: “Belle demande!
Je m'en fous bougrement, car c'est pour enculer!”

(1) étudiant en pharmacie
(2) solution aqueuse antiseptique

A vaselina

Praça da Ópera: por uma farmácia adentro
Entra um senhor bem-posto feito um pé-de-vento:
“Estou com pressa”, diz. “Eu quero vaselina.”
Gentil, o boticário indaga do cliente
Impaciente
A que se destina
O graxo ingrediente:
“Se for para o rosto; é melhor levar da fina...
Qual?
Que tal
Este artigo
Que o senhor, sem perigo,
Pode no rosto usar?
Eu por mim recomendo sempre a boricada.”
E o cliente, a bufar: “Mas que papagaiada!
Pouco me importa qual, pois é para enrabar!”

Autor: Guillaume Apollinaire


(1) estudante de Farmácia
(2) solução aquosa anti-séptica

Aula de amor

Mas, menina, vai com calma
Mais sedução nesse grasne:
Carnalmente eu amo a alma
E com alma eu amo a carne.

Faminto, me queria eu cheio
Não morra o cio com pudor
Amo virtude com traseiro
E no traseiro virtude pôr.

Muita menina sentiu perigo
Desde que o deus no cisne entrou
Foi com gosto ela ao castigo:
O canto do cisne ele não perdoou.

Autor: Bertolt Brecht



Amar dentro do peito

Amar dentro do peito uma donzela;
Jurar-lhe pelos céus a fé mais pura;
Falar-lhe, conseguindo alta ventura,
Depois da meia-noite na janela:

Fazê-la vir abaixo, e com cautela
Sentir abrir a porta, que murmura;
Entrar pé ante pé, e com ternura
Apertá-la nos braços casta e bela:

Beijar-lhe os vergonhosos, lindos olhos,
E a boca, com prazer o mais jucundo,
Apalpar-lhe de leve os dois pimpolhos:

Vê-la rendida enfim a Amor fecundo;
Ditoso levantar-lhe os brancos folhos;
É este o maior gosto que há no mundo.


Autor: Bocage

Cuerpo de mujer…

Cuerpo de mujer, blancas colinas, muslos blancos,
te pareces al mundo en tu actitud de entrega.
Mi cuerpo de labriego salvaje te socava
y hace saltar el hijo del fondo de la tierra.

Fui solo como un túnel. De mí huían los pájaros
y en mí la noche entraba su invasión poderosa.
Para sobrevivirme te forjé como un arma,
como una flecha en mi arco, como una piedra en mi honda.

Pero cae la hora de la venganza, y te amo.
Cuerpo de piel, de musgo, de leche ávida y firme.
¡Ah los vasos del pecho! ¡Ah los ojos de ausencia!
¡Ah las rosas del pubis! ¡Ah tu voz lenta y triste!

Cuerpo de mujer mía, persistiré en tu gracia.
Mi sed, mi ansia si límite, mi camino indeciso!
Oscuros cauces donde la sed eterna sigue,
Y la fatiga sigue, y el dolor infinito.

Autor: Pablo Neruda


Sugar e ser sugado pelo amor

Sugar e ser sugado pelo amor
no mesmo instante boca milvalente
o corpo dois em um o gozo pleno
Que não pertence a mim nem te pertence
um gozo de fusão difusa transfusão
o lamber o chupar o ser chupado
no mesmo espasmo
é tudo boca boca boca boca
sessenta e nove vezes boquilíngua.

Autor: Carlos Drummond de Andrade






Nenhum comentário:

Postar um comentário