No registro de nascimento era
uma, Hilária Batista de Almeida. No samba, era três: Tia Ciata, Tia Asseata ou
ainda Tia Assiata. Nascida em Salvador (BA), em 1854, Tia Ciata foi responsável
por consolidar o samba no Brasil. Na época, as rodas de samba - e as seções de
candomblé - só podiam ocorrer com aval e vigia da polícia. Aos 22 anos,
firmou-se em terras cariocas e fez de sua moradia a "casa dos
sambistas" e berço da primeira filha do gênero musical: a canção "Pelo
Telefone", de Donga e Mauro de Almeida, gravada em 1916.
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(Dicionário Cravo
Albin da Música Popular Brasileira)
As Reuniões na Casa da Tia Ciata
Nascida na Bahia, Hilária
Batista de Almeida ou Tia Ciata, emigrou com outras "tias" baianas
para o Rio, que era a capital do país na época e o lugar onde as manifestações
culturais eram mais intensas e os meios de sobrevivência, mais favoráveis.
Entre as tias baianas que emigraram com tia Ciata, destacam-se tia Amélia (mãe
de Donga), tia Presciliana de Santo Amaro (mãe de João da Baiana), tia
Veridiana (mãe de Chico da Baiana). Tia Ciata, a mais famosa de todas, logo se
instalou num sobrado da rua Visconde de Itaúna, nº 117, em frente ao Colégio
Pedro II, onde fundou uma casa comercial para vender quitutes baianos e
cultivar o jogo. Cedo tia Ciata reuniu uma freguesia de malandros, que faziam
música, inspirados naquele ritmo que ela havia trazido à cidade grande. Entre
esses malandros, estaria a nata de compositores de samba do início do século, a
exemplo de Donga, Sinhô (o Rei do Samba), Pixinguinha, Hilário Jovino Ferreira,
João da Baiana, China (irmão de Pixinguinha), Heitor dos Prazeres e tantos
outros. Foi através dessas reuniões, onde a música e o jogo se misturavam, que
foi criado o primeiro samba de autor
identificado: O "Pelo Telefone".
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