Uma letra bizarra da Música Popular Brasileira
(Letra feita para uma
morta)
Depois da Vida
(Nélson Cavaquinho − Guilherme
de Brito)
Passei a mocidade esperando dar-te um beijo,
Sei que agora é tarde, mas matei o meu desejo.
É pena que os lábios gelados como os teus
Não sintam o calor que eu conservei nos lábios meus.
No teu funeral estás tão fria assim,
Ai de mim, e dos beijos meus.
Eu te esperei, minha querida,
Mas só te beijei depois da vida.
Ai de mim, e dos beijos meus.
Eu te esperei, minha querida,
Mas só te beijei depois da vida.
Ele não driblou a tristeza
No ano em que completaria 100 anos (2011),
Nelson Cavaquinho foi enredo da Mangueira. Sambista era boêmio e sua arte,
melancólica.
Soldado da Polícia Militar do Rio de
Janeiro, Nelson Cavaquinho largava seu cavalo para ir tomar um trago com os
amigos, entre os quais, Cartola. Isso acontecia quase todas as tardes. Certo
dia voltou do bar e a montaria não estava lá. De volta ao quartel, deu de cara
com o bicho pastando e com os seus superiores, furiosos de raiva pela
irresponsabilidade do soldado adolescente, que mais tarde se tornaria um gênio
indomável do samba.
Nascido em 29 de outubro de 1911, Nélson Antônio da Silva foi um irremediável boêmio. Tivesse nascido escritor, seria parceiro de Álvares de Azevedo (1831-1852) – expoente da segunda geração do romantismo brasileiro – e dividiria com ele a angústia e melancolia de uma vida inteira. Ao menos em sua arte.
Nascido em 29 de outubro de 1911, Nélson Antônio da Silva foi um irremediável boêmio. Tivesse nascido escritor, seria parceiro de Álvares de Azevedo (1831-1852) – expoente da segunda geração do romantismo brasileiro – e dividiria com ele a angústia e melancolia de uma vida inteira. Ao menos em sua arte.
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