quarta-feira, 7 de outubro de 2015

O criador das revistas de sacanagem



Alcides Caminha

Alcides de Aguiar Caminha

26/9/1921 Rio de Janeiro, RJ - 6/7/1992 Sobradinho, DF

Compositor e Desenhista.


Como desenhista, assinava Carlos Zéfiro e foi responsável pelas revistinhas eróticas que embalaram os sonhos e desejos dos jovens das décadas de 1950, 1960 e 1970.

Alcides Caminha, casado, funcionário público, cidadão pacato, quase sem graça. Tinha um segredo, que guardou por quase quarenta anos. Era a identidade secreta do quadrinista erótico mais famoso do Brasil: Carlos Zéfiro. Qualquer pessoa nascida nos anos 50 e 60 curtiu, de uma forma ou outra, as deliciosas fantasias sexuais dos personagens desse mestre da sacanagem. Transferido do Rio para Brasília, em 1973, deixou a cidade inspirar uma de suas histórias, “Asa Sul”. As edições eram simples, vendidas sorrateiramente em algumas poucas bancas de revistas. O erótico amplificado pelo proibido.

Em 1997, Marisa Monte, no seu disco “Cor de Rosa e Carvão” prestou-lhe homenagem fazendo alusão ao seu traço singular nas ilustrações pertencentes ao CD.

No ano de 1999, a Prefeitura Municipal da Cidade do Rio de Janeiro, em sua homenagem, batizou com seu nome a Lona Cultural (Carlos Zéfiro), no subúrbio de Anchieta, no Rio de Janeiro.

Como compositor, estreou em 1957, quando Raul Moreno gravou sua canção “A flor e o espinho” (com Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito), que viria a ser regravada mais tarde por Guilherme de Brito e Nelson Cavaquinho, além Leny Andrade, Beth Carvalho e boa parte de intérpretes da MPB.

Desenhos de Carlos Zéfiro

(Alcides Caminha)





Para os apreciadores de Carlos Zéfiro

Alcides morreu em 3 de julho de 1992, de derrame, um dia após de ter sido homenageado com banda de música e tudo numa solenidade onde recebeu um troféu HQ-MIX.

Agora você pode matar as saudades ou travar contato inicial com sua obra por meio das reimpressões de seus catecismos que o sebo carioca A Cena Muda está colocando à venda pelo seu site. 

Também vale muito a pena procurar por três livros que registraram e analisaram a obra zefiriana com muita competência: O Quadrinho Erótico de Carlos Zéfiro, de Otacílio D’Assunção Barros, editora Record, e A Arte Sacana de Carlos Zéfiro e Os Alunos Sacanas de Carlos Zéfiro, ambos de Joaquim Marinho, pela editora Marco Zero.

Carlos Zéfiro foi entrevistado no programa de Jô Soares, dezembro de 1991, onde conta toda sua história (SBT).

Dóris Para Maiores - Abertura (com créditos) e matéria Carlos Zéfiro: - Curta metragem com Paulo Betti, que procura retratar os últimos dias (antes de ser descoberta a sua identidade) de Carlos Zéfiro, após parar de publicar os seus catecismos.

Quem descobriu  a verdadeira identidade de Carlos Zéfiro foi Juca Kfouri, na matéria: "O fim de 30 anos de mistério", numa reportagem para a revista Playboy.


A notícia de sua morte na imprensa


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