quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Desculpe, professor



Desculpe pela sociedade que criamos.

Desculpe porque não aprendemos as lições da melhor maneira.

Desculpe por acreditarmos que um jogador de futebol encanta mais que as suas matérias.

Desculpe por aceitarmos um salário de R$ 600 mil mensais para quem joga bola e R$ 600 em parcela para quem caminha com a gente por muitos e muitos anos.

Desculpe, professor.

Desculpe pelos esquecimentos dos dias que passou ao nosso lado.

Desculpe porque não lembramos das suas noites mal dormidas, dos seus projetos e dos seus sonhos em nossas realizações.

Desculpe porque fracassamos em um grande coro.

Realmente, desafinamos em muitos momentos, mesmo quando alguns tentaram se posicionar ao seu lado.

Desculpe porque acertamos nas suas provas, mas erramos muito na vida.

Desculpe em nome de uma grande parcela da sociedade que precisa com urgência voltar os olhos para a sua história.

História que se mistura com geografia, português, inglês, matemática, literatura e tantas outras matérias que alimentam a nossa mente e a nossa alma.

Desculpe, professor.

Sinceramente, não queria que fosse assim. Se pudesse, deixaria muitos em recuperação.

Todos os que traem os seus ensinamentos e tudo o que ensinou durante a vida inteira.

Desculpe, professor.

E peço para não desistir.

Em nome de todos que sabem das suas lutas, das suas lágrimas, da vida que constrói com tanto amor.

Não está sozinho porque muitos não esqueceram e nunca vão esquecer de cada momento nas cadeiras escolares.

Foi lá que também construímos a nossa vida, nosso caráter e o que somos hoje.

Enquanto existir um bom professor, sempre vai existir esperança.

Em nome de toda uma sociedade que sabe o seu real valor, muito obrigado.

Fábio Craidy Bührer, Publicitário

 – ZH Artigos –




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