Nesta altura da vida já não sei mais quem sou...
Vejam só que dilema.
Vejam só que dilema.
Na ficha da
loja sou cliente,
no
restaurante freguês,
quando alugo
uma casa inquilino,
na condução passageiro,
nos Correios remetente,
no
supermercado consumidor.
Para a
Receita Federal contribuinte,
se vendo
algo importado sou contrabandista.
Se revendo
algo, sou muambeiro,
se o carnê
tá com o prazo vencido inadimplente,
se não pago
imposto sonegador.
Para votar eleitor,
mas em
comícios sou massa.
Em viagens, turista,
na rua, pedestre,
se sou
atropelado, acidentado
e no
hospital viro paciente.
Nos jornais
sou vítima,
se compro um
livro, leitor,
se ouço
rádio, ouvinte.
Para o Ibope
sou espectador,
para
apresentador de televisão, telespectador,
no campo de
futebol, torcedor.
Se sou
corintiano, sofredor.
Agora, já
virei galera.
Se trabalho
na ANATEL, sou colaborador.
E, quando
morrer... uns dirão... finado,
outros... defunto,
para
outros... extinto,
para o povão... presunto...
Em certos
círculos espiritualistas serei... desencarnado,
evangélicos
dirão que fui... arrebatado...
E o pior de
tudo é que para todo governante sou apenas um imbecil!
E pensar que
um dia já fui mais eu.
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