domingo, 16 de agosto de 2015

João Faria Vianna

Porto Alegre, RS, 1905-1975


Pintor, gravador, desenhista e aquarelista. Desempenhou funções de professor, desenhista e ilustrador. Foi aluno de Libindo Ferras e Francis Pelichek. É um dos fundadores e tornou-se o primeiro presidente da Associação Rio-grandense de Artes Plásticas Francisco Lisboa (Chico Lisboa). Participou da célebre Exposição do Centenário Farroupilha, em Porto Alegre, 1935. Figurou em salões oficiais no Estado, obtendo diversas premiações nas técnicas de sua especialidade. Como gravador, deixou incontáveis imagens antigas de Porto Alegre, como a Rua Riachuelo, Mercado Público e antigo cais, Rua dos Andradas, Solar dos Câmara, assim como as Missões. Também abordou os casarios da região da colonização alemã que formam importante e forte registro documental da arquitetura gaúcha. Carlos Scarinci inclui-o no álbum dos Precursores da Arte do Rio Grande do Sul. Na exposição Do Passado ao Presente, Cambona Centro de Arte, Porto Alegre, 1983, constou com pintura reproduzida em catálogo da mesma. Na década de 90 foi incluído na coletiva Os Artistas da Livraria do Globo, Agência de Arte, Porto Alegre.

Gravuras



Na gravura acima, vemos a foz do Arroio Dilúvio e, à esquerda, a Ponte de Pedra; ao fundo, a Igreja do Menino Deus e, à direita,  a enseada do rio Guaíba.


Igreja Nossa Senhora das Dores


Antigo Quartel General


Rua Riachuelo


Ponte de Pedra


Prefeitura Municipal


Cais do Porto


Antigo cais


Teatro São Pedro

A “obra-prima” de João Faria Vianna

Sair da redação do jornal, já pela madrugada, era cair direto no Café Suíssa, do popular Guaragna. Lá eram saboreados, como em nenhuma parte, os “ovos ao prato”. Mistura de fome, preço e sabor.

Nesse local houve, mais tarde, o primeiro salão de artes plásticas dos “novos”, liderados por Oswaldo Goidanich. Como na rua da Praia tudo é possível, João Faria Vianna (foto acima) trouxe para o pessoal do salão uma tampa de caixa de goiabada, que lhe tinha servido de palheta. Nela acumulara tintas de muitas paisagens, limpando os pincéis.

Por pura gozação, eles emolduraram a capricho aquela palheta e apresentaram-na em destaque. Foi um sucesso. Os entendidos extasiavam-se diante do “Souvenir de Isadora”, que era o título do quadro, nele enxergado uma profundidade de intenções, um enigmático realismo. E a crítica aplaudiu também, calorosamente.

O assunto ganhou as mesas dos cafés, durante bom tempo. Situado a tal altura o senso de humor, não acredito que outro senão o Goida, tenha sido o autor da brincadeira. Ele mesmo, depois, explicou:

– Seus matizes eram lindos e havia, sobretudo, uma larga, nervosa, caligráfica pincelada de azul-marinho que, de longe, lembrava uma silhueta de dança. Tudo o que eu fiz foi batizá-la e pôr-lhe um preço absurdo. Em verdade era uma bela mancha. Gostaria de saber quem ficou com ela...

(Do livro “Rua da Praia”, de Nilo Ruschel)

João Faria Vianna (Porto Alegre, 1905 − 1975) foi um pintor, gravador, desenhista e professor brasileiro. Estudou no Instituto de Belas Artes, sendo aluno de Libindo Ferrás e Francis Pelichek, e foi um dos fundadores da Associação Riograndense de Artes Plásticas Francisco Lisboa, sendo também seu primeiro presidente. Lecionou desenho e pintura e trabalhou como ilustrador da Editora Globo.

No Brasil obteve diversas premiações. Tem obras em várias coleções particulares nos Estados Unidos da América, Inglaterra, França, Portugal e Itália. A cidade de porto Alegre foi tema constante em sua obra, sobretudo os velhos casarões, imortalizados a bico de pena no livro Imagens Sentimentais da Cidade, de Athos Damasceno Ferreira, ou os casarios da região da colonização alemã, que formam importante registro documental da arquitetura gaúcha.

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