Porto Alegre, RS,
1905-1975
Pintor, gravador, desenhista e
aquarelista. Desempenhou funções de professor, desenhista e ilustrador. Foi
aluno de Libindo Ferras e Francis Pelichek. É um dos fundadores e tornou-se o
primeiro presidente da Associação Rio-grandense de Artes Plásticas Francisco
Lisboa (Chico Lisboa). Participou da célebre Exposição do Centenário
Farroupilha, em
Porto Alegre , 1935. Figurou em salões oficiais no Estado,
obtendo diversas premiações nas técnicas de sua especialidade. Como gravador,
deixou incontáveis imagens antigas de Porto Alegre, como a Rua Riachuelo,
Mercado Público e antigo cais, Rua dos Andradas, Solar dos Câmara, assim como
as Missões. Também abordou os casarios da região da colonização alemã que
formam importante e forte registro documental da arquitetura gaúcha. Carlos
Scarinci inclui-o no álbum dos Precursores da Arte do Rio Grande do Sul. Na
exposição Do Passado ao Presente, Cambona Centro de Arte, Porto Alegre, 1983,
constou com pintura reproduzida em catálogo da mesma. Na década de 90 foi
incluído na coletiva Os Artistas da Livraria do Globo, Agência de Arte, Porto
Alegre.
Gravuras
Na gravura acima, vemos a foz do Arroio Dilúvio e, à esquerda, a Ponte de Pedra; ao fundo, a Igreja do Menino Deus e, à direita, a enseada do rio Guaíba.
Igreja Nossa Senhora das Dores
Antigo Quartel General
Rua Riachuelo
Ponte de Pedra
Prefeitura Municipal
Cais do Porto
Antigo cais
Teatro São Pedro
A “obra-prima” de João Faria Vianna
Sair da redação do jornal, já pela
madrugada, era cair direto no Café Suíssa, do popular Guaragna. Lá eram
saboreados, como em nenhuma parte, os “ovos ao prato”. Mistura de fome, preço e
sabor.
Nesse local houve, mais tarde, o
primeiro salão de artes plásticas dos “novos”, liderados por Oswaldo Goidanich.
Como na rua da Praia tudo é possível, João Faria Vianna (foto acima) trouxe
para o pessoal do salão uma tampa de caixa de goiabada, que lhe tinha servido
de palheta. Nela acumulara tintas de muitas paisagens, limpando os pincéis.
Por pura gozação, eles emolduraram a
capricho aquela palheta e apresentaram-na em destaque. Foi um
sucesso. Os entendidos extasiavam-se diante do “Souvenir de Isadora”, que era o
título do quadro, nele enxergado uma profundidade de intenções, um enigmático
realismo. E a crítica aplaudiu também, calorosamente.
O assunto ganhou as mesas dos cafés,
durante bom tempo. Situado a tal altura o senso de humor, não acredito que
outro senão o Goida, tenha sido o autor da brincadeira. Ele mesmo, depois,
explicou:
– Seus matizes eram lindos e havia,
sobretudo, uma larga, nervosa, caligráfica pincelada de azul-marinho que, de
longe, lembrava uma silhueta de dança. Tudo o que eu fiz foi batizá-la e
pôr-lhe um preço absurdo. Em verdade era uma bela mancha. Gostaria de saber
quem ficou com ela...
(Do livro “Rua da
Praia”, de Nilo Ruschel)
João Faria Vianna (Porto Alegre, 1905 − 1975) foi um pintor, gravador, desenhista
e professor
brasileiro.
Estudou no Instituto de Belas Artes, sendo aluno
de Libindo Ferrás e Francis
Pelichek, e foi um dos fundadores da Associação
Riograndense de Artes Plásticas Francisco Lisboa, sendo também seu primeiro
presidente. Lecionou desenho e pintura e trabalhou como ilustrador da Editora
Globo.
No Brasil
obteve diversas premiações. Tem obras em várias coleções particulares nos Estados Unidos da América, Inglaterra,
França, Portugal e Itália. A
cidade de porto Alegre foi tema constante em sua obra, sobretudo os velhos
casarões, imortalizados a bico de pena no livro Imagens Sentimentais da Cidade,
de Athos Damasceno Ferreira, ou os casarios
da região da colonização alemã, que
formam importante registro documental da arquitetura
gaúcha.
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