De um meteorologista:
“Espero que o Ano Novo seja
caracterizado por tempo bom, temperatura estável, ventos soprando de quadrantes
apropriados, fracos ou moderados, mas trazendo sempre bons augúrios.”
De um economista:
“Que haja uma inflação de bons sentimentos,
demanda não reprimida de carinho por parte de amigos e familiares, liquidez de
afetos e alta acentuada em sua cotação pessoal.”
De um filósofo:
“Considerando os dilemas da
existência, a angústia que caracteriza a condição humana, a incerteza que pesa
sobre nosso destino desde que o homem passou a exercer sua suprema faculdade de
pensar – será que podemos, sem ultrapassar os limites da lógica cartesiana,
desejar a outrem Boas Festas e um feliz Ano Novo? Se o podemos, é o que
desejamos.”
De um estatístico:
“Desejo que os valores numéricos
consignados na coluna denominada Felicidade superem os valores da coluna de Frustrações;
mais que isto, que esta diferença seja estatisticamente significativa, e que a
alegria do amigo represente uma amostra válida do que ocorre com sua família.”
De um geógrafo:
“Desejo ao amigo que, ao
percorrer sua trajetória no Ano Novo, evite a Serra do Desânimo, avance pela
Península do Arrojo, atravesse o Oceano da Prosperidade e chegue em paz ao
Arquipélago do Sucesso.
De um geômetra:
“Seja A o ponto em que o amigo se
encontra, no presente estágio de sua existência, e B um ponto hipotético
situado em alguma parte do ano vindouro. Desejo que a linha capaz de unir A e B
seja, como se espera, a linha reta, e que o comprimento da referida linha não
ultrapasse, em unidades métricas, a quantidade equivalente em energia
disponível para qualquer ser humano que chega ao final do Ano velho.”
De um biólogo:
“Que o Ano Novo que aí vem,
comporte-se como uma célula que traz em seu código genético uma mensagem
completa de felicidade e uma capacidade inesgotável de reprodução.”
De um ficcionista:
“Era uma vez um Ano Velho.
Sentindo que seus dias estavam chegando ao fim, ele chamou o Ano Novo, e disse:
Escuta, por que não vais procurar aquele meu amigo e dá a ele um abraço por
mim? O Ano Novo aceitou muito contente a incumbência e lá se foi, cantando: pela
estrada afora, eu vou bem sozinho, etc. Aí apareceu o lobo...”
(Moacyr Scliar)
Moacyr por Fraga (ZH)
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