quarta-feira, 12 de novembro de 2014

E se tudo fosse farsa?



(Até hoje, milhões de incrédulos duvidam
de que os norte-americanos foram mesmo à Lua.)

Uma pesquisa feita em 1994 pelo jornal Washington Post mostrou que 9% dos norte-americanos duvidavam que o homem chegou à Lua. Isso equivale a 20 milhões de descrentes no milagre tecnológico do século 20.

A legião de incrédulos inclui de membros de seitas religiosas fundamentalistas a céticos com pretensas razões científicas. Um dos mais badalados é Jim Collier, jornalista investigativo dos Estados Unidos, que reuniu num vídeo suas suspeitas. Intitulada “E Tudo Era Apenas uma Lua de Papel?”, a fita de duas horas de duração, produzida em 1997, analisa, por exemplo, as sombras nas imagens que teriam sido transmitidas pelos astronautas da Lua.

As colocações levantadas por Collier foram desconsideradas pela Nasa. Confira algumas delas e o contraponto de um cientista.

→ O alçapão que permitiria a saída do módulo lunar pelo módulo da nave-mãe era muito pequeno para dar passagem, não importa que manobras fossem feitas.

→ A portinhola frontal do módulo lunar abria para dentro, tornando impossível aos astronautas se deslocarem para fora da nave.

→ Fotos tiradas pela Nasa mostram a Lua sob uma luz difusa. Como é possível isso, se o pouso aconteceu ao meio-dia, com sol intenso?

→ O lado escuro dos objetos retratados pela Nasa deveria ser negro com breu, enquanto o lado iluminado deveria estar radiante. Mas isso não acontece. A luz em todas as fotos é tênue, por todos os lados.

→ Nas fotos e vídeos, a bandeira dos EUA fica tremulando ao vento. Só que não existe vento na Lua porque lá não há atmosfera.

→ A empresa que fabricou os filmes fotográficos usados na Lua informou que esses filmes derretem a uma temperatura de 65ºC. Mas os astronautas pousaram quando a temperatura lunar era de 120ºC. Como os filmes suportaram?

→ Existem diversas fotos com sombras em várias direções, sendo que a única fonte de luz deveria vir do Sol. Além disso, pela ausência da atmosfera, seria impossível haver penumbra na Lua, como mostram milhares de fotos.

→ Fotos com diferentes tamanhos da Terra, vista da Lua, evidenciam montagens desproporcionais.

→ Faltam as estrelas no fundo de todas as fotos. Com a ausência da atmosfera, as estrelas tornam-se ainda mais reluzentes.

→ Em centenas de fotos, veem-se as pegadas dos astronautas na Lua. Mas, sem oxigênio e umidade, é complicado que haja a formação de pegadas.

→ Pelo que se vê nas fotos, não houve pouso do módulo lunar. Ele teria sido colocado delicadamente lá. Não há marcas dos propulsores da nave.


A réplica

O astrofísico gaúcho Jorge Ducatti, professor na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), comentou algumas das ponderações levantadas por Collier.

         Sobre as principais dúvidas, Ducatti esclarece:

→ Não existe vento na Lua, mas a bandeira norte-americana tampouco tremula. Ela estava esticada por uma armação, conforme foi inclusive noticiado na época.

→ O filme fotográfico não foi submetido diretamente ao intenso calor. As máquinas não ficaram permanentemente ao sol e também contavam com proteção interna.

→ É verdade que aparecem poucas estrelas nas fotos, mas é uma questão de ajuste do fotômetro. Caso tentasse captar o brilho da nave e das rochas na mesma intensidade que o das estrelas, a foto ficaria escurecida. A escolha foi dar prioridade à nave, em detrimento do brilho das estrelas, que pouco aparecem.

→ Na opinião de Ducatti, a descrença é uma tendência histórica a acompanhar os grandes feitos tecnológicos. Ele considera que a maioria das dúvidas é levantada por pessoas imaturas para enxergar além da sua própria capacidade.


Artigo publicado no caderno “Eureka!”, 
do jornal Zero Hora, RS, de 19.07.2004


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