Verônica Rodrigues de
Oliveira*
(Aluna da Escola
Municipal Senador Alberto Pasqualini, de 1987)**
Eu quero poder fazer o que não se
pode fazer.
Quero poder xingar!
Quero encher o saco
de quem me enche o saco!
Eu quero sair em meio a um
temporal,
em pleno inverno!
Eu quero pisar numa poça d’água,
com toda força,
no meio da multidão.
Eu quero pisar no barro
com o meu tênis novo.
Eu quero fazer tudo o que é
errado.
Eu quero brigar na rua!
Quero quebrar a cara de quem...
não vai com a minha cara!
E de quem já me fez sofrer
eu quero pagar na mesma moeda.
Quero mudar o mundo.
O meu mundo!
O seu mundo!
O nosso mundo de ilusão!
Eu quero botar para fora
o meu lado que nunca mostro,
a face que nunca exponho,
o rosto que escondo atrás de
máscaras.
Eu quero mostrar que,
apesar de adolescente,
também sou gente!
Quero mostrar que também sou
capaz.
Que sei fazer o que muita gente
não faz!
Que faço o que muitos não querem
fazer!
Vou mostra para toda essa
gente...
Vou chamar a sua atenção!
Vou mostrar para essa multidão:
que sou capaz!
que sei fazer!
E que, apesar da minha rebeldia...
Eu juro!
Que vou vencer!
Porra!
*Quando corrigi essa redação, da aluna Verônica Rodrigues de Oliveira, senti que daria um ótimo jogral. Quatro meninas invocadas colocando para fora
toda a rebeldia de sua geração. Deu certo!
** Escola Municipal de Primeiro Grau, do bairro Restinga, de Porto Alegre, Rio Grande do Sul.
** Escola Municipal de Primeiro Grau, do bairro Restinga, de Porto Alegre, Rio Grande do Sul.
Nilo da Silva Moraes
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