É por isso que a escolha tem de
ser feita com todo o tino.
Þ Moça mui novinha não serve: é
mate com cachaça − embebeda ou estraga do estômago.
Þ Moça
mui cheia de inteligências − é mate com bomba nova: a gente custa a acertar a
embocadura, e às vezes não acerta nunca.
Þ Moça loira − mate de erva fraca:
em seguida perde o gosto.
Þ
Moça de olho parado -−mate frio; e tererê não resolve.
Þ Moça
desfrutável − é o primeiro mate; chupe o mais que possa, companheiro, e cuspa
fora, que os pintos aproveitam logo.
Þ Moça
criada muito solta − é mate de roda mui grande: quando chega a nossa vez a erva
já está lavada.
Þ Mas,
por outro lado, moça criada muito presa − é mate quente e entupido: quando
desentope é um deus-nos-acuda, sai pelando os beiços!
Þ De
moça rechonchudinha eu me agrado: é mate com cancorosa, bom para o sangue que é
barbaridade!
Þ Tome tenência com moça bem
morena e de olho reluzento: é mate enchido pela bomba, com água de pelar porco.
Erva de sustância, seu!
Þ Viúva nova e linda – é mate
recém virado. Precisa água bem quente. E sai com uma força!
Þ
Viúva nova, linda e rica − é mate com bolo frito. Pra o descanso não há coisa
melhor!
Þ
Mas meu conselho aí vai: ceve o mate da felicidade com uma chinoca recatada e
dona de si - é mate com sabugueirinho-do-campo: bom pra tudo!
E pra terminar a charla, aqui
vão algumas comparações:
Þ
Moça nova e forte que casa com velho − O mate pra o estribo. Viaja em seguida.
Þ
Mulher casada que faz coisa feita − Mate que um ceva e outra toma.
Þ
Mulher solteira que chega aos 34 anos ainda esperando noivo − É o mate de João
Cardoso.
E depois dos 34, só com muito
jeitinho se escapa de virar mate entupido.
(Trecho extraído do livro
“História do Chimarrão”, de Barbosa Lessa, publicado em 1ª edição
pelo Departamento de Cultura da Prefeitura do Município de São Paulo e editado
posteriormente em 2ª edição pela Livraria Sulina. Você pode encontrar as obras
de Barbosa Lessa em qualquer livraria gaúcha, mas principalmente no Martins
Livreiro, na Rua Riachuelo, em
Porto Alegre ).
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