Infantaria
Não sabes quem sou? Fita-me de frente!
Olha meus trapos rotos por metralhas,
Mira meu corpo cansado e doente...
Sente em meu rosto o canto das batalhas!
Fantasma? Não... Apenas
combatente...
Transpus montanhas, desprezei
muralhas...
Não vês o maior prêmio de um
valente?
São as feridas à guisa de
medalhas...
Escuta... O rouco gargalhar da
Morte...
Que gargalhe!Também meu riso é
forte...
Missão cumprida!... Pátria
triunfante!...
À baioneta escrevi a minha
história;
Fiz com sangue escada para a
glória...
Tombo feliz!... Eu soube ser
infante...
Últimas palavras
De onde vens
tu, meu filho, assim tão alquebrado,
Tão cheio de
cansaço e sangue pelo rosto?
Por que trazes
no olhar tristeza e desgosto,
Coisa que se
não viu jamais em um soldado?
O que é feito das rosas do teu
meigo rosto?
Eram pétalas lindas de um jardim
bordado...
Que é feito do luzir do teu olhar
cerrado,
Que tinha a luz de sol em tarde
de sol posto?
Lutei sob o calor tremendo e cruciante;
Lutei, como combate o audacioso
infante,
Debaixo da granada, ao som da
Artilharia.
Bem sabes, minha mãe, não sou um cavaleiro;
Não tive uma couraça, a guarda do artilheiro,
Lutei de peito aberto... Eu sou de Infantaria.
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