Estádio da Baixada - 1920
E por falar em futebol, poucos sabem
que o Grêmio já teve dois hinos, antes que Lupicínio Rodrigues matasse a
charada em 1953. Após uma primeira canção assinada na década de 20 por Isolino
Leal, em novembro de 1946 o clube realizou concurso para escolha de uma nova
composição. O vencedor foi Breno Blauth, de apenas 15 anos, que teria a sua Marcha de Guerra do Grêmio gravada em disco por um ilustre tricolor: Alcides
Gonçalves.*
* Cantor, compositor e pianista,
parceiro de Lupicínio Rodrigues em músicas como: Cadeira Vazia, Quem há de
dizer, entre outras.
P.S. Texto do livro”Minha Seresta
– Vida e Obra de Alcides Gonçalves”, de Marcello Campos.
Marcha de Guerra do
Grêmio FBPA
1946 – Marcha de
Breno Blauth
Abram alas, abram
alas,
Lá vem o quadro
tricolor.
Nós estamos confiantes
No nosso onze de
valor.
Nosso time da baixada
Não tem receio de nenhum,
Pois a bola vai ao golo
E a torcida quer mais um.
O Grêmio é o tal,
Não teme seu rival.
É o mosqueteiro
Do esporte nacional.
O nosso tricolor
É um quadro de valor.
Ele é fidalgo,
É destemido e é leal.
Viva o Grêmio, Viva o Grêmio,
Não ganhará o jogo em vão,
De conquista em conquista,
Vai ser de novo campeão.
O Hino Oficial do Grêmio FBPA
Em 1953, o Grêmio acabava de
completar 50 anos, em 19 setembro. O banquete de comemoração foi realizado do
Clube Mil e Uma Noites, no bairro Assunção, na Zona Sul de Porto Alegre. Esse
clube, nos anos 70, passou a se chamar Bier House; depois se transformou em
Clube dos Coroas. Hoje é um conjunto de apartamentos.
Num dia, do ano citado acima, o
Grêmio iria jogar no Estádio da Timbaúva, campo do Força e Luz, o time da hoje
CEEE. O estádio ficava na rua Alcides Cruz, início do bairro Petrópolis. No
domingo do jogo, Lupicínio Rodrigues e outros torcedores estavam no centro da
cidade para tomar o bonde que os levariam ao jogo. Aconteceu de estar ocorrendo
uma greve dos funcionários da Carris. Portanto não haveria bondes circulando pela
cidade. Alguém deu o alerta: “Pessoal, vamos todos a pé!”. Lupi logo sacou o
mote: “Até a pé nós iremos...”.
Salim Nigri (morto em 2010 aos 82
anos) inventou um dos símbolos do Grêmio. Uma frase sua escrita em 1946, quando
já era torcedor símbolo, originou o refrão do hino gremista. Salim pintou em letras
brancas numa faixa azul: “Com o Grêmio,
onde estiver o Grêmio”. Lupicínio Rodrigues modificou a rima com uma
inversão na ordem da sentença e fez o hino.
Até a pé nós iremos
Para o que der e vier,
Mas o certo e que nós
estaremos
Com o Grêmio onde o Grêmio
estiver.
Cinquenta
anos de glória
Tens,
imortal tricolor,
Os
feitos da tua história,
Canta
o Rio Grande com amor.
Nós,
como bons torcedores,
Sem
hesitarmos sequer,
Aplaudiremos
o Grêmio
Onde
o Grêmio estiver.
Lara,
o craque imortal,
Soube
seu nome elevar,
Hoje,
com o mesmo ideal,
Nós
saberemos te honrar.
Até
a pé nós iremos
Para
o que der e vier
Mas
o certo e que nós estaremos
Com
o Grêmio onde o Grêmio estiver.
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