domingo, 1 de junho de 2014

A única riqueza da velha senhora

       

Quando uma velha senhora morreu na seção para o tratamento de doenças da velhice em uma pequena clínica perto de Dundee, na Escócia, todos estavam convencidos de que ela não havia deixado nada de valor. Então, quando as enfermeiras verificaram seus poucos pertences, eles encontraram um poema. Sua qualidade e conteúdo impressionaram todas as pessoas e todas as enfermeiras queriam uma cópia da mesma. Uma delas levou uma cópia para a Irlanda.

A única herança que a velha deixou a seus sucessores foi publicado na edição de Natal da notícia da  União para a Saúde Mental na Irlanda do Norte.

Então, esta velha senhora da Escócia, sem posses materiais para deixar ao mundo, é a autora deste poema “anônimo” que circula na Internet.

A Velha Rabugenta

 Que veem, amigas?
 Que veem?
 Que pensam quando me olham?
 Uma velha rabugenta não muito inteligente de hábitos incertos,
 com seus olhos sonhadores fixos ao longe?

A velha que cospe a comida,
que não responde ao tentar ser convencida...
“De fazer um pequeno esforço?”

A velha, que vocês acreditam que não se dá conta das coisas que vocês fazem
e que, continuamente, perde a sua escova ou o sapato?
A velha que, contra sua vontade, mas, humildemente,
lhes permite fazer o que queiram, que me banhem e me alimentem
só para o dia passar mais depressa..

É isso que vocês acham?
É isso que vocês veem?
Se assim for, abram os olhos, amigas,
porque isso que vocês veem não sou eu!
Vou lhes dizer quem sou,
quando estou sentada aqui, tão tranquila como me ordenaram...

Sou uma menina de 10 anos,
que tem pai e mãe, irmãos e irmãs que se amam.
Sou uma jovenzinha de 16 anos,
com asas nos pés, e que sonha encontrar seu amado.

Sou uma noiva aos 20,
que o coração salta nas lembranças,
quando fiz a promessa que me uniu,
até o fim de meus dias, com o Amor da minha vida.

Sou, ainda, uma moça com 25 anos,
que tem seus filhos,
que precisam que eu os guie...
Tenho um lugar seguro e feliz!

Sou a mulher com 30 anos.
Onde os filhos crescem rápido,
e estamos unidos com laços que deveriam durar para sempre...

Quando tenho 40 anos,
meus filhos já cresceram e não estão em casa...
Mas ao meu lado está meu marido
que me acalente quando estou triste.

Aos cinquenta,
mais uma vez comigo deixam os bebês,
meus netos, e, de novo, tenho a alegria das crianças,
meus entes queridos, junto a mim.

Aos 60 anos,
sobre mim nuvens escuras aparecem,
meu marido está morto;
e quando olho meu futuro,
me arrepio toda de terror.

Os meus filhos se foram,
e agora têm os seus próprios filhos...
Então, penso em tudo o que aconteceu
e no amor que conheci.
Agora, sou uma velha.
Que cruel é a natureza...
A velhice é uma piada
que transforma um ser humano em um alienado.

O corpo murcha,
os atrativos e a força desaparecem.
Ali, onde uma vez teve um coração,
agora há uma pedra.
No entanto, nestas ruínas,
a menina de 16 anos ainda está viva.
E o meu coração cansado,
ainda está repleto de sentimentos:
vivos e conhecidos

Recordo os dias felizes e tristes...
Em meus pensamentos,
volto a amar e a viver o meu passado.
Penso em todos esses anos
que foram, ao mesmo tempo poucos,
mas que passaram muito rápido,
e aceito o inevitável...
Que nada pode durar para sempre...

Por isso, abram seus olhos e vejam.
Diante de vocês não está uma velha mal-humorada;
diante de vocês estou apenas “Eu...”.
Uma menina, mulher e uma senhora viva!
E com todos os sentimentos de uma vida...
Lembrem deste poema da próxima vez
que se encontrar com uma pessoa idosa,
mal-humorada e não a rejeitem,
sem olhar primeiro a sua Alma Jovem…
Você vai estar algum dia em seu lugar…

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