Por Márcio Cotrim
A origem das notas
musicais remonta aos monges do século 10 e ecoa no cotidiano atual.
Fá, sol, lá, si, dó eis as notas
musicais. Por assim dizer, os insumos básicos para a composição de qualquer
melodia.
Seu berço nos leva ao monge
beneditino Guido D´Arezzo, que viveu de 950 a 1050. Mestre do coro da catedral de
Arezzo, na Itália, ele deu nome às primeiras seis notas. Para isso, utilizou as
sílabas iniciais dos versos de um hino latino a São João Batista que dizia
assim:
- Ut queant laxis/ Ressonare fibris/ Mira gestorum/ Famuli
tuorum/ Solve polluti/ Labii reatum./ Sancte Iohnnes.
Em Português:
- Ó São João, purifica os
nossos lábios maculados a fim de que possamos celebrar, plenamente, os teus
feitos maravilhosos.
A história desse hino é curiosa. Seu
autor, o italiano Paolo Diacono, depois de pegar um bruto resfriado e ficar
afônico, implorou a São João que lhe fizesse voltar a voz, e o pedido virou
hino!
Os nomes da notas mantiveram sua
forma primitiva até o século 17, quando foi acrescentada a sétima, si, pela
junção das iniciais de Sancte Iohnnes. No século 18, a primeira nota mudou de
ut para dó, mais sonora para ser cantada.
Por falar em música, lembremos o
grande Artur da Távola:
- “Música e vida interior, e
quem tem vida interior jamais padecerá de solidão”...
Revista Língua
Portuguesa número 14
Marcio Cotrim, dentre
outras obras,
é autor do livro O Pulo do Gato –
Berço de palavras e
Expressões Populares
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