Þ O escritor Pedro Nova parafusava os móveis de sua casa a fim de que ninguém o tirasse do lugar.
Þ Gilberto Freyre nunca manuseou aparelhos eletrônicos. Não sabia ligar sequer uma televisão. Todas as obras foram escritas a bico-de-pena, como o mais extenso de seus livros, Ordem e Progresso, de 703 páginas.
Þ Érico
Veríssimo era quase
tão taciturno quanto
o filho Luís Fernando,
também escritor. Numa viagem
de trem a
Cruz Alta, Érico
fez uma pergunta
que o filho respondeu quatro horas depois, quando
chegavam à estação final.
Þ Aluísio de Azevedo tinha o hábito de, antes de escrever seus romances, desenhar e pintar, sobre papelão, as personagens principais mantendo-as em sua mesa de trabalho, enquanto escrevia.
Þ Graciliano Ramos era ateu convicto, mas tinha uma Bíblia na cabeceira só para apreciar os ensinamentos e os elementos de retórica. Por insistência da sogra, casou na igreja com Maria Augusta, católica fervorosa, mas exigiu que a cerimônia ficasse restrita aos pais do casal. No segundo casamento, com Heloísa, evitou transtornos: casou logo no religioso.
Þ Aos dezessete anos, Carlos Drummond de Andrade foi
expulso do Colégio Anchieta, em Nova
Friburgo (RJ), depois de um desentendimento com o professor de português.
Imitava com perfeição a assinatura dos
outros. Falsificou a do chefe durante anos para lhe poupar trabalho. Ninguém notou. Tinha a mania de picotar papel
e tecidos. "Se não fizer isso, saio
matando gente pela
rua". Estraçalhou uma camisa
nova em folha do neto.
"Experimentei, ficou
apertada, achei que tinha
comprado o número errado. Mas não se impressione, amanhã lhe dou outra
igualzinha."
Þ Mário de Andrade provocava ciúmes no antropólogo
Lévi-Strauss porque era muito amigo
da mulher dele, Dina. Só depois
da morte de Mário, o francês descobriu que se preocupava em vão. O escritor era
homossexual.
Þ J.K Roling (escritora de Harry Potter) começou a escrever seu primeiro livro (Harry Potter e a Pedra Filosofal), em guardanapos dum bar que freqüentava e, ao terminar o livro, ficou com uma terrível dúvida: usar o dinheiro que tinha, no momento, para comprar o leite de sua filha ou usá-lo para mandar seu livro pra editora, hoje ela é milionária! Coisas da vida.
Þ O filósofo francês Jean-Paul
Sartre não era verdadeiramente estrábico. Treinou ficar com os olhos tortos
daquele jeito com o objetivo de intimidar os críticos.
Þ O Visconde de São Lourenço, cego de um olho, mandou
construir um grande prédio na Rua Matacavalos, hoje Riachuelo, no Rio. Um
gaiato escreveu-lhe à porta:
Comer e não ter dentes
É coisa que mete dó.
De que servem tantas janelas
Para quem tem um olho só.
É coisa que mete dó.
De que servem tantas janelas
Para quem tem um olho só.
Þ Conta-se que a
romancista Lygia Fagundes
Telles, pedira, no
restaurante onde jantava com
amigos, um frango
à caçadora. Depois de
muito lutar com
a carne galinácea, perguntou
ao garçom que se aproximava: Diga-me uma coisa: este
frango não teria nascido de um ovo cozido?
Þ Uma revista francesa, que tem seção de respostas aos leitores, recebeu a seguinte pergunta: O que poderia acontecer a uma mulher e dois homens isolados numa ilha deserta? Na edição seguinte o redator responde: Depende da nacionalidade dos três. Se os três foram espanhóis, um homem matará o outro; se italianos, a mulher matará um dos homens; se ingleses ninguém matará ninguém vão querer apenas serem apresentados; se americanos os homens conversarão sobre negócios; se forem franceses não haverá problemas...
Þ Para Graciliano Ramos: Deve-se escrever da mesma
maneira como as lavadeiras lá de Alagoas fazem seu ofício. Elas começam com uma
primeira lavada, molham a roupa suja na beira da lagoa ou do riacho, torcem o
pano, molham-no novamente, voltam a torcer. Colocam o anil, ensaboam e torcem
uma, duas vezes. Depois enxáguam, dão mais uma molhada, agora jogando a água com
a mão. Batem o pano na laje ou na pedra limpa, e dão mais uma torcida e mais
outra, torcem até não pingar do pano uma só gota. Somente depois de feito tudo
isso é que elas dependuram a roupa lavada na corda ou no varal, para secar.
Pois quem se mete a escrever devia fazer a mesma coisa. A palavra não foi feita para enfeitar,
brilhar como ouro falso; a palavra foi feita para dizer.
Þ O escritor Vitor Hugo foi traído por uma freira. O crítico Saint-Beuve era amante da mulher do escritor e ia visitá-la todos os dias disfarçado de freira.
Þ José
de Alencar (1829-1877) era filho do padre José Martiniano de Alencar. O
escritor foi fruto de uma união do padre com a prima Ana Josefina de Alencar.
Þ No
início da sua carreira, Carlos Drummond de Andrade se identificava como Antônio
Crispim. Quando fazia críticas de cinema, ele usava os nomes Mickey ou Gato
Félix.
Þ A casa
em que residia o escritor paulista João Antônio pegou fogo e o incêndio queimou
todos os originais. Teimoso, reescreveu tudo de novo. Malagueta, Perus e
Bacanaço, um dos livros reescritos publicado em 1963, virou clássico de
nossa literatura.
Þ Numa
festa, uma senhora abordou o escritor Machado de Assis e comentou: “Tinham-me
dito que o senhor é gago e vejo que não é tanto.” Replicou o escritor: “Pois me
tinham dito que a senhora era estúpida e vejo também que não é tanto.”
Þ Acredite, se quiser! A mãe do Marquês de Sade era freira.
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