quinta-feira, 24 de abril de 2014

O Castelinho do Alto da Bronze



(Foto de Marcelo Noll Prudente)

Nos anos 40, um rumoroso caso de amor movimenta a capital gaúcha. Uma bela jovem e um homem casado se tornam amantes. Então, Carlos Eurico Gomes decide construir um castelo medieval para aprisionar sua amada, Nilza Linck, no Alto da Bronze.

“Próximo à Praça do Alto da Bronze – imortalizada por Paulo Coelho e Plauto Azambuja em uma canção que fala de moleques, jogos de futebol, infância, ilusões e desenganos -, o influente cidadão Carlos Eurico Gomes, formado em medicina no Rio de Janeiro e amigo de Oswaldo Aranha e Getúlio Vargas, assentou em terreno comprado do Dr. Flores Soares, o seu curioso e deslocado castelo. Não era o primeiro caso no Rio Grande do Sul. Em Pedras Altas, em plena campanha, Assis Brasil fincara, décadas antes, um castelo no pampa.

Carlos Eurico Gomes levou o arrebatamento mais longe e contribuiu também para o folclore regional. Por quê? A resposta, abafada por seus familiares, dormia na pilha de fatos condenados à morte. Os pesquisadores acadêmicos, ocupados com investigações decisivas para o destino da humanidade, fecharam os olhos à realidade pitoresca e inexplicada do monumento patrocinado pelo também esquecido Carlos Eurico Gomes.

Aos curiosos e apaixonados pelos marcos singulares da vida de uma cidade restava colher nos arquivos dados enfadonhos e técnicos. A fagulha de extravagância, loucura, transbordamento e amor continuava distante. Eis que, de repente, arrancada das elucubrações e reminiscências, lúcida e ansiosa, uma mulher resolveu contar a sua versão, cativante e novelesca, da história patética e verossímil do castelo do Alto da Bronze. Nilza Linck levantou o véu do passado e narrou a fábula em que figurou como musa e princesa. Para ela, jovem e ambiciosa, um homem delirante ergueu um castelinho.”

Personagens do triângulo amoroso:

O marido: Carlos Eurico Gomes;

A esposa: Ruth Caldas (irmã de Breno Caldas, o poderoso dono da Cia. Jornalística Caldas Júnior);

A amante: Nilza Linck (foto abaixo).


(Do livro “A prisioneira do Castelinho do Alto da Bronze”,
de Juremir Machado da Silva)

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