sábado, 29 de março de 2014

Frases de Agripino Grieco



→ Esse político queria estabelecer o acordo entre os brasileiros, quando não era capaz de estabelecer o acordo do sujeito com o predicado, numa oração.

→ Glória, no Brasil, é ainda a melhor maneira de ser ignorado pelo resto do mundo.

→ Inútil como um tenor resfriado.

→ Mais mentiroso que epitáfio de cemitério.

→ Estilo mais engomado que irmã de caridade.

→ Pitecantropo não muito ereto.

→ Era um camelo no Saara das ideias.

→ Era um deputado conservador. Seu único programa político era conservar sua cadeira na Câmara.

→ Cobriram-no de adjetivos poéticos, mas ele queria apenas um substantivo.

→ Estava presente em espírito. Ou seja, ausência total.

→ No dia em que ele tiver uma ideia, morrerá de apoplexia fulminante.

→ Ele era um pêndulo, oscilando entre a ignorância e a má-fé.

→ Insultavam-se mutuamente, e ambos tinham razão.

→ Ele era um livro raro. Mais raro, entretanto, era quem o procurasse.

→ A obra era ilustrada. O autor, não.

→ O seu livro deveria ser encadernado em pele de jumento, por coerência quanto ao conteúdo.

→ Aquele médico, deixando de clinicar, passou a escrever. Lucraram os doentes, perdeu a literatura.

→ Sua medicina deveria ser incluída entre as ciências ocultas.

→ Apesar de homem culto, ninguém como ele botou mais solecismos no papel. Era taquígrafo da Câmara dos Deputados.

→ Começou a aprender italiano depois de ter traduzido Dante.

→ Homossexuais são efebos que andam à procura de um Sócrates.

→ Crescem cada vez mais as orelhas dos livros... e dos autores.

→ A burrice é contagiosa – o talento, não.

Opiniões de Agripino Grieco

 

→ Mineiro dá bom dia porque bom dia volta logo. É a terra olho vê, mão tira e pé corre. Por isso dá tanto banqueiro lá. O que é o batedor de carteira senão um banqueiro apressado?

→ O primeiro artigo sobre o Gilberto Freire quem escreveu fui eu. Casa Grande e Senzala é um livro bem pensado e mal escrito. Pensando na casa-grande e escrito na senzala.

→ O Ataulfo de Paiva era tão medíocre, cabeça tão vazia, quem comesse os miolos dele ia comungar.

→ Em Campinas, um professor me saudou dizendo: – Desta cidade saíram muitos homens de talento. Aparteei: – Saíram todos. Ficaram furiosos comigo.

→ Em Campos, acabei minha conferência dizendo: – O rio Paraíba passa por aqui e fica tão envergonhado que se joga no mar. Também não gostaram.

→ Em Feira de Santana, no hotel, uma velha professora estava em prantos porque seu marido, um português fugiu levando tudo dela. Perguntei-lhe: – A senhora, tanto tempo professora, e não conhecia o português?

  
Agripino Grieco

(Paraíba do Sul, 15 de outubro de 1888
 Rio de janeiro, 25 de agosto de 1973)

Foi crítico literário e ensaísta brasileiro

"Nenhum muar ficou impune nos meus cinquenta anos de critica literária, exercitada não apenas em colaborações nos jornais, mas também através de conferencias que proferi em todos os Estados do Brasil" — disse ao repórter, ao comemorar o seu jubileu, Agripino Grieco, considerado o mais ferino examinador das obras e nomes da literatura nacional.

Após asseverar que não é destruidor de talentos, (mas confirmando que os medíocres nunca lhe mereceram uma palavra de louvor), Agripino Grieco afiança que só tem feito replicar, como porta-voz dos leitores, às sandices copiosamente disseminadas por certos literatos, "em quem se descobre, de fato, uma vocação irrealizada de estivador, ou ainda, de camelô".



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