→ Esse político queria
estabelecer o acordo entre os brasileiros, quando não era capaz de estabelecer
o acordo do sujeito com o predicado, numa oração.
→ Glória, no Brasil, é ainda a melhor maneira de ser
ignorado pelo resto do mundo.
→ Inútil como um tenor resfriado.
→ Mais mentiroso que epitáfio de cemitério.
→ Estilo mais engomado que irmã de caridade.
→ Pitecantropo não muito ereto.
→ Era um camelo no Saara das ideias.
→ Era um deputado
conservador. Seu único programa político era conservar sua cadeira na Câmara.
→ Cobriram-no de adjetivos poéticos, mas ele queria
apenas um substantivo.
→ Estava presente em espírito. Ou seja,
ausência total.
→ No dia em que ele tiver uma ideia, morrerá de
apoplexia fulminante.
→ Ele era um pêndulo, oscilando entre a ignorância e a
má-fé.
→ Insultavam-se mutuamente, e ambos tinham razão.
→ Ele era um livro raro. Mais raro, entretanto, era
quem o procurasse.
→ A obra era ilustrada. O autor, não.
→ O seu livro deveria ser encadernado em pele de
jumento, por coerência quanto ao conteúdo.
→ Aquele médico, deixando de
clinicar, passou a escrever. Lucraram os doentes, perdeu a literatura.
→ Sua medicina deveria ser incluída entre as ciências
ocultas.
→ Apesar de homem culto,
ninguém como ele botou mais solecismos no papel. Era taquígrafo da Câmara
dos Deputados.
→ Começou a aprender italiano depois de ter traduzido
Dante.
→ Homossexuais são efebos que andam à procura de um
Sócrates.
→ Crescem cada vez mais as orelhas dos livros... e dos
autores.
→ A burrice é contagiosa – o talento, não.
Opiniões de Agripino Grieco
→ Mineiro dá bom dia porque bom
dia volta logo. É a terra olho vê, mão tira e pé corre. Por isso dá tanto
banqueiro lá. O que é o batedor de carteira senão um banqueiro apressado?
→ O primeiro artigo sobre o
Gilberto Freire quem escreveu fui eu. Casa Grande e Senzala é um livro bem
pensado e mal escrito. Pensando na casa-grande e escrito na senzala.
→ O Ataulfo de Paiva era tão
medíocre, cabeça tão vazia, quem comesse os miolos dele ia comungar.
→ Em Campinas, um professor me
saudou dizendo: – Desta cidade saíram muitos homens de talento. Aparteei: –
Saíram todos. Ficaram furiosos comigo.
→ Em Campos, acabei minha
conferência dizendo: – O rio Paraíba passa por aqui e fica tão envergonhado que
se joga no mar. Também não gostaram.
→ Em Feira de Santana, no hotel,
uma velha professora estava em prantos porque seu marido, um português fugiu
levando tudo dela. Perguntei-lhe: – A senhora, tanto tempo professora, e não
conhecia o português?
Agripino Grieco
(Paraíba do Sul, 15 de outubro de 1888
Rio de janeiro, 25 de agosto de 1973)
Foi crítico literário e ensaísta brasileiro
(Paraíba do Sul, 15 de outubro de 1888
Rio de janeiro, 25 de agosto de 1973)
Foi crítico literário e ensaísta brasileiro
"Nenhum muar ficou impune nos meus cinquenta anos de
critica literária, exercitada não apenas em colaborações nos jornais, mas
também através de conferencias que proferi em todos os Estados do Brasil"
— disse ao repórter, ao comemorar o seu jubileu, Agripino Grieco, considerado o
mais ferino examinador das obras e nomes da literatura nacional.
Após asseverar que não é destruidor de talentos, (mas confirmando que os medíocres nunca lhe mereceram uma palavra de louvor), Agripino Grieco afiança que só tem feito replicar, como porta-voz dos leitores, às sandices copiosamente disseminadas por certos literatos, "em quem se descobre, de fato, uma vocação irrealizada de estivador, ou ainda, de camelô".
Após asseverar que não é destruidor de talentos, (mas confirmando que os medíocres nunca lhe mereceram uma palavra de louvor), Agripino Grieco afiança que só tem feito replicar, como porta-voz dos leitores, às sandices copiosamente disseminadas por certos literatos, "em quem se descobre, de fato, uma vocação irrealizada de estivador, ou ainda, de camelô".
Excelente! A seleção é um retrato 3x4 de Agripino!
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